Carros, caminhões e ônibus, diferentemente das aeronaves, têm a opção de rodarem usando eletricidade ou biocombustíveis como forma de vencer a nossa atual dependência por gasolina e diesel petrolíferos.
Esta dependência é facilmente verificada ao constatarmos que a demanda por gasolina para o transporte representa 46 por cento de todos os derivados de petróleo consumidos nos Estados Unidos, e 43 por cento nos Canadá.
Analisando estes números, é duvidoso que os atuais biocombustíveis, como o etanol, sejam capazes de fazer uma presença significativa nesse imenso mercado. A maior parte do etanol que temos hoje na América do Norte vem do milho. Estudos mostram que é necessário muita energia para produzir o alcool combustível a base de milho e a polêmica de alimentos versus combustível continua a ser altamente controversa.
Acessíveis biocombustíveis de próxima geração como os aquícolas que usam como matéria prima culturas não-alimentares e resíduos são as grandes alternativas futuras para tornar viável a substituição do petróleo fóssil na aviação. (veja nosso artigo sobre o primeiro vôo do mundo usando biocombustível aquícola)
Aviões Não Podem Voar a Base de Eletricidade
Aviões não podem voar a base de electricidade, não num futuro previsível. Se quisermos reduzir a pegada de carbono da frota mundial de aviões, a utilização de biocombustíveis de forma sustentável como os aquícolas é praticamente o único caminho que temos.
Neste sentido, sérios esforços estão em andamento em várias partes do mundo. Nos Estados Unidos a Advanced Research Projects Agency do Departamento de Defesa – mais conhecida como DARPA, que nos trouxe a Internet e rastreamento GPS – tem distribuido U$ centenas de milhões de dólares para pesquisa, produção piloto e contratos antecipados de biocombustíveis aquícolas à base de algas.
A empresa Boeing Co anunciou recentemente que as companhias aéreas comerciais estão com meta de usar um por cento (1 %) dos seus combustíveis vindo de biocombustíveis até 2015.
A primeira vista pode parecer um valor pequeno, mas começando com 1 por cento irá demonstrar para a indústria que volumes maiores são muito mais do que possíveis e dar um impulso significativo no setor.
A Força Aérea e a Marinha dos USA têm planos e metas de usar biocombustíveis em suas frotas de jatos. Está claro porque as Forças Armadas Americanas estão super interessadas em incorporar em suas frotas combustíveis alternativos.
Em 2009, a entidade sem fins lucrativos, Centro de Análises Navais, publicou um relatório assinado por 12 ex-generais e almirantes americanos, que concluiu a grande e perigosa dependência do setor militar dos USA não apenas do petróleo estrangeiro, mas também do gás natural e de uma não confiável matriz elétrica
O relatório afirmou que a maior parte do combustível comprado pelo setor militar dos Estados Unidos são, nada mais, nada menos do que uma transferência de riqueza para os países associados ao terrorismo. Consequentemente, os USA estão indiretamente financiando os dois lados do conflito terrorista.
O Relatório recomenda urgentemente uma maior utilização de combustíveis alternativos e veículos elétricos, recomendações estas que o Departamento de Defesa vem ativamente implementando no seu plano energético.
A US Marinha tem o compromisso de ter pelo menos metade da sua frota usando mistura de combustíveis renováveis até 2020. Esta semana a U.S. Navy anunciou a compra de 20,000 galões de biocombustível aquícola feito a partir de algas de uma empresa do Texas para testar em seus equipamentos.
O US Departamento de Defesa assinou um contrato de compra de 150.000 galões de biocombustível aquícola feito a partir de algas para ser entregue em 2011.
É bom lembrar que a Força aérea americana é a maior consumidora individual de JetFuel do mundo.
Quando será que vamos ver biocombustíveis aquícolas sendo testados em jatos da Embraer, e quem sabe de origem aquícola supridos por fazendas de algas locais?
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