Biocombustíveis Aquícolas: A Corrida da Super Alga

Indiscutivelmente, as algas são praticamente a perfeita biomassa para produzir biocombustíveis aquícolas. Contudo mesmo com todas estas vantagens e merecimentos, o sucesso real do uso massivo industrial de algas para propdução de bioenergia depende fundamentalmente dos avanços de engenharia genética desenvolvidos nestas espécies.

Produção Direta de Óleo Bruto de Algas (clique para ampliar)

Falando claramente, o futuro  da viabilidade comercial de algas para biocombustíveis está nos laborátorios de genética deste mundo. 

A menos que tenhamos uma “super-alga” campeã, o resto do processo produtivo, ou seja, a aquicultura eficiente, nutrientes de baixo custo, métodos super eficazes de colheita e extração de óleo e técnicas rentáveis de processamento ficam tudo a espera da campeã.

Nos últimos anos, a nossa equipe de cientistas tem focalizado sua atenção no desenvolvimento de raças de algas que sejam economicamente eficientes, tenham rápido crescimento e alto teor de lipídios ou carboidratos.
 
As ausências destes traços genéticos são os grandes obstáculo a serem vencidos para colocar as algas como um sério competidor no mundo dos biocombustíveis.

Do memso modo como os geneticistas fizeram com o milho, cana-de-açúcar e soja, temos de desenvolver variedades de algas com as características desejadas e estas variedades precisam ser colocadas à disposição da indústria de biocombustíveis assim que ficarem disponíveis.

O Universo Conhecido das Algas

Em todo o mundo estima-se que existem mais de 65.000 espécies de algas, das quais aproximadamente 25.000 são de água doce. Atualmente, apenas parte dessas espécies é conhecida. Concretamente, somente uma dúzia de genomas de algas foram sequenciados até o momento.

Na realidade, nós nos encontramos atualmente no mesmo estágio no processo de seleção de domesticação de algas como estávamos com milho algumas centenas de anos atrás. Embora isto represente enormes oportunidades para novas descobertas nas raças naturalmente existentes, é improvável que encontremos uma espécie que tenha tudo o que queremos e que cresça onde quer que desejarmos.

Isso significa que precisamos modificar geneticamente as melhores linhagens para produção de altos níveis das moléculas desejadas que vão satisfazer os requisitos de produção de combustível. E esperamos que isto aconteça muito rapidamente.

Na realidade, precisamos empacotar-zippar centenas de centenas de anos de seleção genética ou de design inteligente em poucos anos ou menos.

Embora alguns se sintam desconfortáveis com a idéia de modificação genética, é importante lembrar que nenhum sistema comercial utiliza organismos de tipo selvagem. No mundo agrícola, toda a produção em grande escala depende de espécies que são geneticamente modificadas, seja natural ou artificial.

Algas: Mil e Uma Utilidades em Biocombustíveis
Cultivando Algas em Nossos Laboratórios (clique para ampliar)

Como matéria-prima, o óleo bruto extraído das algas de rápido crescimento pode ser convertido em  biojetfuel, gasolina, biodiesel, óleo para aquecimento e produtos químicos refinados (tais como bio-plásticos e solventes).

Os rendimentos dos combustíveis refinados obtidos por craqueamento catalítico de hidrocarbonetos de algas são comparáveis aos rendimentos obtidos a partir do petróleo.

Por sua vez, após a extração de óleo, a biomassa de algas pode ser convertida em etanol, metanol, biobutanol, hidrogênio, álcool combustível com também em fármacos, nutriceúticos e cosméticos. E dai por diante.

Além disto tudo, é bom acrescentar que além de biocombustíveis aquícolas, algas funcionam também como uma poderosa ferramenta de bio-remediação ambiental.

A fim de atender esta necessidade, nossa equipe vem cultivando variedades de algas tanto em interiores como exteriores, utilizando como meio de cultivo água (efluente secundário) de estações  de tratamentos de esgotos sanitários. Os resultados obtidos são muito positivos  resultando em alta produtividade.

Sem dúvidas precisamos de uma “super” alga que cresça rapidamente, contenha elevadas concentrações de gordura e / ou carboidratos, e seja resistentes a diferentes condições ambientais, incluindo a intensidade da luz, temperatura, pH, salinidade, além de outras. A indústria de biocombustíveis está esperando por esta campeã.

(Tradução dos Comments Publicados no The Wall Street Journal Blog pelo Prof. Aecio D’Silva no artigo: Airbus and Algae: Why Biofuels Won’t Cut It)

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