Brasil: Importações de Pescado Já Chegam a Cerca de Meio Bilhão de Dólares de Janeiro a Abril de 2011

Filé de Pangasius - Um dos Pescados Importados pelo Brasil

O  Brasil,  com este imenso potencial aquícola como veremos adiante, importou 128.370 toneladas de pescados no valor de USD 490 milhões de dólares nos quatro primeiros meses de 2011 – aumento de 31,5 por cento em volume e 38,1 por cento em valor em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados da SECEX/MDIC.

Se o Brasil continuar importando nesta média mensal, pode chegar no final de 2011 com um volume de importações jamais atingido antes, acima de USD  $1,5 (um e meio) bilhões de dólares.

Como temos também mostrado em vários posts do MyBeloJardim, o Brasil tem todas as condições de ser a curto prazo uma potencia mundial em Aquicultura e BioCombustíveis Aquícolas.

Como exemplo de modelos de sucesso, escrevemos artigos anteriores sobre o sucesso dos projetos de cultivo de Tilápia em tanques-redes das Associações do Padre Antonio e Ivone no Rio São Francisco e o fenômeno mundial do Pangasius sp, bagre nativo do rio Mekong do sudeste Asiático.

Embora a aquicultura comercial desta espécie tenha iniciada somente  em 1994,  o Pangasius já é responsável por 50% de todas as exportações de pescados do Vietnã gerando milhares de empregos e faturando bilhões de dólares anualmente. Vejam uma atividade aquícola com menos de 20 anos de idade!!!!

Surpreendentemente, apesar de um décimo das espécies de peixes do mundo (~ 5.000) ocorrem na Amazônia, nenhuma delas são cultivadas em larga escala como a Tilápia e agora o Pangasius.

Além disto, o Brasil, a oitava economia do mundo, tem 10 milhões de hectares de lâmina d’água em reservatórios de usinas hidrelétricas e propriedades particulares no seu interior, e detém 13,7% do total da reserva de água doce disponível no mundo, além do potencial das grandes bacias hidrográficas para produção aquícola.

O Brasil tem 8,5 mil km de costa marítima, com uma Zona Econômica Exclusiva de 4 milhões de quilômetros quadrados, o que significa metade do território brasileiro.

Temos também tecnologias avançadas como os sistemas Aquabioponics e Aquafuelponics (que maximizam o uso de água e espaço) permitem que megas projetos integrando piscicultura-horticultura-biocombustíveis tendo a ativa participação de pequenos, médio e grandes produtores possam ser implementados em regiões metropolitanas dos grande centros consumidores.

Com todo este imenso manancial de tecnologias, mão-de-obra especializada e recursos aquáticos não dá mesmo para entender como podemos estar tão dependentes das importações, não produzindo o que a mercado nacional está consumindo e pagando um dos pescados mais caros do mundo.

Temas Relacionados:

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *