Aquabusiness – Quando se trata de criação de animais, não importa se os mesmos são criados no Brasil, EUA, Portugal, Angola, Vietnã, China ou Índia ou se têm pernas, asas ou barbatanas – custo de alimentação afeta tudo e todos.
Em Aquabusiness, tantos peixes carnívoros, omnívoros ou herbívoros têm em suas raçoes aquícolas elementos que estão subindo de preços vertiginosamente nos mercados alimentares globais.
A crescente demanda por produtos do setor de Aquabusiness em conjunto com a oferta limitada de ingredientes-chaves estão causando os preços de ração aumentarem de 25 a 30 por cento desde 2008.
Muitos aquicultores nos EUA têm visto aumentar os preços em 10 por cento somente este ano e no Brasil o quadro não é diferente.
Quando preços de milho sobem nos EUA muitos apressadamente culpam a Industria de etanol (álcool combustível) como o vilão, mas todos que estudam o setor sabem que o verdadeiro culpado é o Extremo Oriente, onde o consumo e produção estão aumentando como nunca antes.
Aquabusiness – 50% dos Peixes Consumidos no Mundo É Agora Cultivado em Fazendas Aquícolas
Como temos mostrado em artigos anteriores, 50% dos Peixes Consumidos no Nosso Planeta É Agora Cultivado em Fazendas Aquícolas e movimenta mais de US $108 bilhões de dólares em todo o mundo. O maior crescimento do setor está ocorrendo na Ásia, especialmente na China.
Para se ter uma ideia deste gigante crescimento, em 1970, o Aquabusiness representava apenas 25 por cento do peixe consumido na China. Hoje, vai além dos 70 por cento.
Para atender a essa demanda, a China está desenvolvendo um imenso e agressivo programa de construção de novas fazendas aquícolas e isto cria uma demanda ainda maior por componentes de ração.
A China compra soja, milho, sorgo, trigo, farinha de peixe e dai por diante onde tiver neste planeta.
Aquabusiness asiáticos que antes usavam restos agrícolas e de peixes para alimentar os peixes cultivados, estão migrando rapidamente para ração peletizada para atender a crescente demanda de pescado.
Esta mudança está causando um forte aumento na demanda por ingredientes de alimentos – especialmente um de limitada capacidade de crescimento, a farinha de peixe.
E aí temos um gargalho pois, diferentemente da maioria dos ingredientes da ração, o fornecimento de farinha de peixe não pode ser aumentado como os outros componentes.
Demanda de soja, milho, sorgo, por exemplo, podem ser satisfeitas através do aumento de área plantada ou uso de variedades de maior rendimento.
Mas a farinha de peixe é produzida de peixes capturados que não são usados diretamente para alimentos humanos. Acontece que os estoques desses peixes ou estão estabilizados ou estão em plena queda e super explorados.
Falando claramente, isto significa que é não possível manter a produção atual nem acompanhar o crescimento da demanda de farinha de peixe causada pelo aumento da ração aquícola.
Muitos especialistas preveem que se não acharmos um substituto rapidamente ou diminuirmos a quantidade de farinha de peixe atualmente usada, em menos de meia década vamos consumir e/ou exaurir tudo que o mundo produz. De 2004 até hoje o preço de farinha de peixe aumentou quase 400 porcento (quatro vezes).
Entretanto, os produtores de ração americanos em todos os setores do Agro e Aquabusiness estão tentando criar alternativas para diminuir o uso de farinha de peixe nas suas formulações.
Pecuaristas têm encontrado alternativas para o ingrediente de alto preço. Operações de aves e suínos estão cortando o que costumava ser um ingrediente principal, e algumas espécies de peixes podem ser cultivadas com sucesso usando grãos que substituem farinha de peixe.
A quantidade de farinha de peixe usada nas rações de truta, salmão e camarão caiu drasticamente. Produtores também estão descobrindo que no caso de peixes, a fase da vida é a chave para determinar a quantidade de farinha de peixe que é necessário em sua dieta.
Um estudo feito recentemente mostrou que os juvenis de salmão do Atlântico não cresceram bem quando alimentados com alternativas de farinha de peixe, mas os peixes adultos cresceram muito bem.
Todos que cultivam tilápia precisam saber que a ração desta espécie também requer uma boa quantidade de farinha de peixe. Não é por está cultivando esta espécie em seus maravilhosos tanques rede que você está fora do redemoinho.
Estudos precisam ser feitos com os peixes amazônicos usados hoje em aquabusiness no Brasil. Hoje o preço de ração aquícola no Brasil, nas atuais taxas de cambio, esta em paridade com os preços dos EUA e Asia.
Aquabusiness – Componentes de Ração Importados do Brasil
O que chama a atenção é que a soja que é um básico componente nas rações é em sua grande maioria importada do Brasil.
Isto é, os peixes são alimentados com componentes de ração importados do Brasil e depois o pescado é exportado para o Brasil.
Realmente, não faz sentido o que está acontecendo no Brasil: já importando este ano mais de US $1 bilhão de dólares em pescados (inclusive da longínqua China), quando tem não somente uma dos maiores potencias aquícolas do planeta, tecnologia e é um dos maiores produtores dos mais importantes componentes de ração aquícola. Parece até samba do crioulo doido!
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