Pangasius: O que Fez pela Economia Vietnamita Nestes Últimos 20 Anos – Parte II

Colheita do Pangasius no delta do rio Mekong (clique para ampliar)

Este é a parte II do post sobre o que o peixe Pangasius (Pangasius hypophthalmus) fez pela economia vietnamita nestes últimos 20 Anos.

 Conlcuimos com este artigo um rápido apanhado de dados e informacões recentes sobre os impactos causados pela  indústria do  Panga neste país asiático nas últimas duas décadas. Se quiser ler primeiro a Part I clique aqui.

Economia Voltada para Mercados Globais

Como a economia do Vietnã, seguindo o modelo da China, é fortemente orientada para mercados globais, a indústria do peixe Pangasius é um “case-study” observado em todo mundo.

 É também um teste decisivo para saber até que ponto os mecanismos e padrões privados internacionais de sustentabilidade podem orientar e dar direções práticas aplicáveis aos aquicultores locais.

 É importante acompanhar e verificar se os aquicultores que são confrontados todo dia com a concorrência e manejo de recursos de produção (por exemplo, ração para os peixes, alevinos, água, crédito e terra) e com conhecimentos limitados de como descartar produtos químicos, efluentes e como usar antibióticos vão responder à esta regulamentação e restreamento da producão e processamento.

Outro importante fator a ser considerado é a questão da soberania nacional. No momento que a nação passa ou delega para orgãos internacionais o que deveria fazer, muitas outros fatores e interesses entram em ação.

Defendemos e participamos da cooperação mundial, mas nunca da remoção da soberania de cada nação de como comandar seu setor aquícola. Somos plenamente a favor da Glocalização (pense global, mas aja local) e não de governos globais.

 O Crescimento Vertiginoso da Indústria do Panga

Em 2004 Pangasius representou cerca de 56% da produção aquícola no delta do Mekong e a taxa de crescimento econômica da indústria atingiu 24,9%, em comparação com uma taxa de crescimento industrial  já bastante elevada de 19,5% para o país como um todo.

A indústria do Pangasius também contribuiu para que o delta do rio Mekong tivesse em 2007 a maior taxa de crescimento econômico regional no país de 14,4%, taxa esta 5,4% superior ao crescimento económico nacional.

Em 2005 dois terços da Pangasius produzido no Delta foi exportado para mercados globais no valor de US $736 milhões dólares. Um ano mais tarde, o valor das exportações de filés de Pangasius duplicou, atingindo 286 mil toneladas, representando um aumento de 66,5% em valor, ou US $1,15 bilhões dólares segundo relatório do Banco Mundial.

Em 2008, 641 mil toneladas de filés foram exportados no valor de US $1,45 bilhões de dólares, e, apesar de uma queda considerável nos preços e na demanda em 2009 resultante  da desaceleração da economia mundial, os números continuaram crescendo. No primeiro semestre de 2010 as exportações atingiram mais de US $ 650 milhões de dólares e devem chegar aos US $ 1,6 bilhões até o final do ano.

Na realidade a aquicultura do Panga mostra como um setor aquícola estimulado e com os mecanismos certos pode contribuir para mudar o panorama economico e social de não somente um região mais de todo uma nação.

 Desafios Causados pelo Super Crescimento

Como é de se esperar, um crescimento tão rápido e inusitado da indústria do peixe Pangasius não vem todo azul acompanhado somente de coisas positivas. Atualmente esta indústria aquícola passa por desafios consideráveis para se manter na condição atual e continuar crescendo.

O meio ambiente é um ponto que precisa ter a devida atenção e cuidados. Outro ponto é a qualidade, sustentabilidade de toda a indústria e imagem internacional do produto.

O que está acontencendo com o Panga como modelo de sucesso deve ser analizado vendo os pontos de acertos e aprendermos com os erros cometidos para não venhamos a incidir nos mesmor desafios.

 Criando Condições e Estímulos para Desenvolver o Potencial Aquícola dos Nossos Países

O que o sucesso do Panga nos ensina  é que não podemos ficar sentados sem criar condições e estímulos para que a aquicultura nacional e regional possam avançar.  Aplicando as devidas proteções ambientais, temos de promover o desenvolvimento e progresso dos nossos setores aquícolas trazendo empregos e prosperidades para muitos.

Entre nossos países, o Brasil tem tudo para ser uma potencia mundial em aquicultura a curto prazo. As condições ambientais, tecnológicas e  aquícolas brasileiras são umas das melhores do mundo, nem de sombra comparadas com as dos países da Ásia.

A quarta maior democracia do mundo e a oitava economia do planeta tem espécies introduzidas e locais (como as amazônicas) que podem brilhar tanto como o Panga, como estrelas mundiais de aquicultura.

Somente os lagos e reservatórios da Chesf no vale do rio São Francisco no Nordeste do Brasil, com água e condições ideias para aquicultura em larga escala, poderiam gerar bilhões em receitas e criarem dezenas de milhares de empregos.

Modelos de aquicultura associativista, empresarial e industrial como o do Pe. Antonio Miglio e Ivone Lisboa no Vale do São Francisco e do do Elias Alves Cordeiro no lago de Itaparica em Itacuruba-PE, mostram como se pode ganhar dinheiro, ter sustentabilidade e trazer vida decente para toda uma população.

A questão é ter liderança e suporte dos que decidem para tornar nosso potencial em realidade tendo uma legislação fomentadora e não inibidora e que seja a favor de todos incluindo o meio ambiente. Enquanto isto não acontece vamos ficar ouvindo na aquicultura o que nossos avôs já diziam a muito tempo: “Brasil, país do futuro com tudo para ser grande e poderoso”. Já ouviu esta frase antes?

Vamos quebrar este ciclo e mudar esta música promovendo a aquicultura sustentável em todos os níveis nos nossos países, quem sabe começando com você divulgando estes dois posts para todos aqueles ou aquelas do seu relacionamento.

One comment

  1. Provei o peixe pangasius na cidade de Araraquara-SP/Brasil e aprovei. Como adquirir em São Paulo/Capital. (consumidor final).

    Obrigado
    Euclides

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