O Aquabusiness do Pangasius no Vietnã continua expandindo apesar dos desafios de aumento de custo de insumos e movimentos internacionais contra o bagre asiático. Contudo, o Panga continua sendo um exemplo vivo de como a aquicultura pode ser uma aliada valiosa na geração de renda, empregos e prosperidade para os pequenos produtores de pescado.
Senão vejamos. O Vietnã exportou 153.062 toneladas de bagres tra (Pangasius) no valor de USD 376,4 milhões de dólares nos três primeiros meses de 2011 – aumento de 5,2 por cento em volume e 21,6 por cento em valor em relação ao ano passado, segundo informações divulgadas pela Associação dos Exportadores deste país asiático.
Por outro lado, o Brasil, com este imenso potencial aquicola, importou 101.732 toneladas de pescados no valor de USD 388,5 milhões de dólares nos três primeiros meses de 2011 – aumento de 23,2 por cento em volume e 28,1 por cento em valor em relação ao ano passado, segundo dados da SECEX/MDIC.
Se o Brasil continuar importando nesta média mensal, pode chegar no final de 2011 com um volume de importações jamais atingido antes, perto de USD $1,5 (um e meio) bilhões de dólares.
Como foi alertado em recente relatorio da ABCC, “A situação das importações de pescado do Brasil há muito tempo deixou de ser preocupante e passou a ser calamitosa. Uma simples projeção para os próximos 5 anos mostra claramente o crescimento na evasão de divisas e a dependência cada vez maior nas importações.”
No lado do Vietnã, que exportou 12.555 toneladas de peixes para o Brasil em 2010, o Pangasius está sendo exportado para a Europa por cerca de USD $3,2 – US $ 3,3 por quilo, um aumento de 22 por cento do preço comparado ao final de 2010.
Os Pangas destinados aos EUA estão sendo vendidos a cerca de US $ 4.0 por kg. Os preços deverão subir em cerca de 10 por cento este ano devido à escassez de insumos, segundo a associação de exportadores.
A Europa importa atualmente 33,1 por cento do total das exportações de Pangasius do Vietnã , vindo logo depois os EUA e Japão chegando na segunda e terceira posições. As vendas para a América Latina (principalmente México e Brasil), Rússia e Ásia também subiram acentuadamente neste primeiro trimestre de 2011
Quando em 2009 o Pangasius atingiu meteoricamente a invejável posição de 10 (décimo) lugar entre os pescados mais consumidos pelos americanos, muitos pensaram que este era o máximo que o Panga poderia chegar.
Contudo os importadores não vê o crescimento do Pangasius abrandar tão cedo, pois, o bagre asiático está penetrando cada vez mais nos restaurantes americanos fazendo um nome para si mesmo como um peixe branco para substituir o salmão, o bacalhau e outros peixes marinhos.
E a Tilápia que se cuide, pois o Panga, é muito mais fácil de cultivar do que o peixe africano do rio nilo. A sua resistência a condições criticas da água (bimodal respiração) suportando alta densidades de cultivo é louvada por todos e bastante apreciada pelos aquicultores.
Além disto o Panga está mostrando que pode resistir bravamente todas investidas feitas até agora contra sua presença no mercado antes dominado por outras espécies.
A prova disto é que mesmo com a pressão contínua dos produtores de catfish do delta do Mississípi para impedir ou dificultar ao máximo sua entrada, algumas grandes importadoras americanas do bagre asiático estão atingindo um aumento de 40 por cento nas vendas em relação ao ano passado.
As características gastronômicas do Panga falam bem alto. É extremamente versátil na cozinha pegando todo o sabor que você adiciona a ele, é fácil de preparar e realmente pode ser posicionado em qualquer mercado.
É um substituto ideal para um fabuloso número de peixes brancos no mercado que podem ter duas ou três vezes o custo do Pangasius. Além disto, produtos de valores agregados feitos a partir do Pangas ainda estão para chegar por aqui. Nesta área, o Panga tem um potencial imenso.
As diferenças permaneceram significativas no mercado americano. No atacado, as diferenças de preços entre os bagres asiáticos e os americanos são bem pronunciadas no começo de 2011. Os filés congelados de Pangasius são vendidos por cerca de 2 dólares a libra (454 g) e os filés de catfish doméstico congelados subiram para uma média de $ 3.0 a libra.
Com tudo isto acontecendo mundo afora, todos nós que acreditamos e batalhamos pelo Aquabusiness no Brasil, ficamos perguntando quando é que se vai estimular, promover e desenvolver massivamente a aquicultura em todos os níveis na grande nação brasileira que tem tudo e o resto para ser um das maiores potencias mundias de cultivo de pescados.
Desafortunadamente, como vimos no início deste artigo, o Brasil continua importando $bilhões de dólares anualmente de pescados de outros países, viabilizando o setor aquícola destes países.
Esperança, Tecnologia, Modelo e Solução para a Aquicultura Brasileira
O Brasil pode produzir todo peixe que precisa em suas próprias águas naturais ou em tanques-ambientes de circulação fechada (i.e.,Sistemas AquaFuelsPonics) com zero emissão de descargas no meio ambiente e utilizando cerca de um décimo da água requerida para produção tradicional em viveiros.
Exemplos disto são os modelos das Associações de Piscicultores da Tanque rede do Padre Antônio e Ivone e o que o Eng. Elias Cordeiro, que considero a maior autoridade brasileira em aquabusiness-aquicultura empresarial, está terminando de instalar para a Pescanova em Itacuruba nas margens do Rio São Francisco no Reservatório de Itaparica: um Mega Aquabusiness para produção industrial de Tilápia e Pintado.
O Polo da Pescanova pode sozinho chegar a duplicar a atual produção nacional de Tilápia em tanques rede e vai colocar no ar uma produção de Pintado nunca antes conseguida no Brasil. O Eng. Elias, meu ex-aluno e meu substituto no Polo Aquícola de Paulo Afonso, Jatobá, Itaparica e Itacuruba, hoje é o diretor nacional de Pescanova para o Brasil.
Este projeto em Itacuruba vai produzir 1 milhao de juvenis de 100 g por mês que vai alimentar os super tanques redes no lago de Itaparica e produzir de mais de 15000 toneladas de peixes anualmente. Parabens mestre Elias, o Aquabusiness brasileiro agradece tudo que está fazendo pelo setor aquícola nacional.
Se projetos como o do Eng. Elias da Pescanova fossem multiplicados somente nos Reservatórios da Chesf no Rio São Francisco, poderíamos ficar totalmente autossuficientes na produção de peixes no Brasil e deixar de importar $bilhões por ano criando centenas de milhares de empregos, gerando renda, trazendo dignidade de vida para os produtores e colocando pescados de alta qualidade para toda a população.
Como disse, temos tudo, só falta fazer e acontecer…..
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