Energia Solar: Guerra Comercial a Vista entre EUA e China

Energia Solar – Atualmente há uma intensa discussão e debate sobre o nível de desindustrialização que estão sofrendo países emergentes como o Brasil devido a forte concorrência dos produtos asiáticos inundando as economias locais.

Energia Solar: Guerra Comercial entre EUA e China?
Energia Solar: Guerra Comercial entre EUA e China?

Inicialmente queremos afirmar que somos totalmente contrários a qualquer protecionismo eleitoreiro e demagogo que visam tão somente enganar uma faixa da população e engordar os bolsos de uns poucos privilegiados do regime.

Acontece que muitos países asiáticos que não mostram transparências em suas economias veem praticando atos desleais, sobre a proteção de governos locais, penalizando vastos setores industriais das nações em desenvolvimento.

Ações precisam ser tomadas para exigir de países, como a China, estabeleçam práticas limpas e transparentes que estimulem concorrências e competições, mas dentro de regras lícitas e claras para todos e normas,  padrões e leis do mercado internacional.

Um exemplo disto, foi uma recente ação antidumping do governo americano que demostrou mais uma vez como vender abaixo do preço de custo para dominar mercados pode ser desastroso para qualquer economia e como completos setores da economia nacional podem minguar e até desaparecerem como consequência destas práticas destruidoras.

Em uma decisão há muito esperada, o Departamento de Comércio dos EUA emitiu uma decisão preliminar destinada a aplicar consideráveis tarifas aos painéis solares fabricados na China e importados pelos EUA.  As tarifas propostas podem variar de 31 a 250 por cento.

Estas tarifas preliminares no setor de Energia Solar foram emitidas depois de uma longa investigação pelo Departamento de Comércio para saber se as empresas chinesas estão “dumping” painéis solares para o mercado dos EUA abaixo do custo de produção afim de dominarem o mercado.

Estas tarifas vêm apôs a decisão de Março de emitir pequenas direitos compensatórios nos produtores chineses de módulos que estão recebendo os subsídios ilegais domésticos, de acordo com o Departamento de Comércio

Tarifas compensatórias atuais para empresas chineses são as seguintes: Trina, 31,14 por cento; Suntech, 31,22 por cento e 31,18 por cento para todos os outros produtores chineses que participaram da investigação. Para as empresas que não participaram, Departamento de Comércio estabeleceu uma senhora e enorme tarifa preliminar de 249,96 por cento.

A combinação destas novas tarifas e os direitos compensatórios vai acrescentar um custo substancial para os painéis solares importados e afetar o setor de Energia Solar dos chineses. Com os preços do painel pairando ao redor US $ 1 por watt, isto poderia adicionar cerca de 30 centavos de dólar por watt para cada painel para os principais produtores, e muito mais para os produtores que não foram envolvidos na investigação do Departamento de Comércio.

Estes valores são preliminares e as multas podem ser negociadas e alteradas antes da tomada da decisão final. O setor de energia solar comercial chinês, e a Solar Energy Industries Association, apelaram aos governos dos EUA e da China para negociarem um acordo – potencialmente resultando em tarifas mais moderadas.

“A indústria Energia Solar convida os governos EUA e chineses a trabalharem imediatamente juntos para uma resolução mutuamente satisfatória do conflito crescente no comércio da indústria solar. Como processos de defesa comercial são os princípios básicos do sistema de comércio baseado em regras globais, assim também são colaboração e negociações.

“O mais importante, as disputas dentro de um segmento da indústria afetam a cadeia de fornecimento e o inteiro setor de Energia Solar.”

Além disso, a base de fabrico de painéis solares nos EUA vai muito além da célula solar e produção de módulos. O setor inclui bilhões de dólares de investimentos recentes em produção de polissilício, polímeros, e equipamentos de fabrico de painéis solares, produtos que são em grande parte destinados à exportação.

“Se as disputas ou guerras comerciais solares entre EUA e a China continuam a esquentar, vão comprometer os investimentos norte-americanos,” afirmam especialistas defensores da atual condição.

“Dadas estas implicações mais amplas, é imperativo que os EUA, China, e outros participantes do mercado global achem formas de trabalho construtivas para evitar ou resolver disputas comerciais que acabarão por prejudicar os consumidores e empresas em toda a cadeia de valor solar.”

Entretanto, a indústria solar americana tem sido a ponto de discórdia desde outubro passado, quando o fabricante  SolarWorld e seis outras empresas emitiram uma reclamação sobre práticas comerciais ilegais chineses junto ao Departamento do Comercio dos EUA.

Estas empresas argumentaram que os subsídios ilegais da China permitem que as empresas asiáticas despejam os painéis abaixo do custo, portanto, colocando os produtores americanos na falência.

No entanto, pelo lado dos implementadores de projetos, os baixos preços dos painéis solares chineses só têm trazido alegria e crescimento, mesmo que destruindo a industria nacional.

A queda artificial dos preços chineses foi um dos fatores que permitiram à indústria solar americana expandir 109% em 2011. Um grupo de empresas de energia solar conhecida como a Coligação para a Energia Solar americana tem sido firme na oposição às tarifas, dizendo que vai elevar drasticamente o custo das instalações solares nos EUA

Energia Solar –  Mercado Chinês Nada Transparente

Um comunicado recente da industria solar americana anuncia que como era esperado as tarifas antidumping são muito maiores do que as tarifas contra os subsídios anunciadas em março. Uma razão para essa diferença é o fato de que o mercado chinês não é nada transparente.

Quando os funcionários locais do governo chinês apoiam as empresas locais, muitas vezes, este apoio não é contabilizado e escrito o que torna muito difícil para os investigadores do Departamento de Comércio identificarem e medirem exatamente o tipo e nível de subsídio que as empresas chinesas estão recebendo.

Foi precisamente por esta falta total de transparência que a Organização Mundial do Comércio incluiu uma determinação da segunda fase, em práticas de dumping, concebidas especificamente para visar economias não mercantis, como a da China.

O governo chinês, sem dúvida, respondeu negativamente a este anúncio. Eles estão ameaçando tomar medidas de retaliação contra empresas norte-americanas. Se assim for, Washington deve responder com uma mão firme, segundo as associações americanas.

Se a China quer negociar, os Estados Unidos devem estar prontos para ouvir. Se a China tenta forçar o governo dos EUA a recuar nesta disputa, ameaçando empresas norte-americanas de Energia Solar, no entanto, isso não é negociação. Ceder a essas ameaças seria a capitulação da industria americana, e capitulação é um jogo perdido.

Segundo ainda as industrias de Energia Solar americana, “assim como não podemos permitir que as corporações poderosas possam intimidar e perseguir cidadãos que apresentam queixas legais contra eles, não podemos permitir que a China venha intimidar e assediar empresas de Energia Solar norte-americanas sobre as denúncias de comércio”.

Se a China quer contestar esses números, eles devem seguir o exemplo dos EUA e fazê-lo de acordo com a lei e no quadro das nossas instituições comerciais mutuamente acordados.

Nas recentes reuniões do Diálogo Estratégico e Econômico em Pequim, os líderes chineses prometeram seguir regras comerciais globais e apoiarem, e não prejudicarem o sistema baseado em regras de comércio global. Agora, o mundo estará observando para ver se eles mantém a promessa.

Quem viver verá o que vai resultar tudo isto. Contudo, é um exemplo para o mundo como competição desleal e práticas de dumping podem destruir um setor industrial nacional, coisa muito comum nestes dias. Que tal verificar o que está acontecendo com o setor de pescados. O que estamos fazendo? Importando cada vez mais?

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