A corrida pelo pionerismo no uso de bio querosene de aviação esquenta com as grandes empresas aeronáuticas lutando pela pole position no ranking de largada e campeã na chegada.
Como mostramos em artigo anterior ( BioJetFuels: Boeing 747-8F Vai Cruzar o Atlântico Usando Biocombustível) , a Boeing seria a primeira empresa a reivindicar o primeiro vôo transatlântico movido a biojetfuels.
Contudo a honra de conseguir o primeiro vôo transatlântico de um jato movido a biocombustível, que pegou muitos de surpresa, vai para a Gulfstream Aerospace Corp localizada em Savannah, Geórgia, derrotando o Boeing Co. Commercial Airplanes baseada em Seattle.
Honeywell International com um Gulfstream G450 voou neste sábado de Morristown, New Jersey, ao Aeroporto Le Bourget, na França – local do Air Paris Show desta semana – alimentando uma das turbinas Rolls-Royce do jato com uma mistura de 50/50 de derivados de combustível de petróleo e biocombustível de aviação feita a base de planta energética, Camelina sativa.
Camelina sativa até bem pouco tempo era considerada uma erva daninha e constante ameaça ao cultivo de trigo, principalmente nos estados do Noroeste dos Estados Unidos, como Montana. Hoje é umas das grandes promessas na produção em larga escala de Biojetfuels.
Antecipando-se estrategicamente a Boeing, a Honeywell faz assim a primeira e histórica viagem de uma aeronave a voar da América do Norte para a Europa usando combustíveis renováveis.
A Boeing tinha planejado nesta segunda-feira fazer o primeiro vôo transatlântico em aviões a jato movido a biocombustível usando um cargueiro jumbo 747-8 alimentado uma de suas turbinas com uma mistura de 15 por cento de bio querosene e 85 por cento de querosene tradicional (Jet-A).
Agora a Gulfstream e Honeywell podem reivindicar essa honra. O vôo da Gulfstream-Honeywell partiu de Morristown NJ, às 9 pm da sexta-feira e chegou a Le Bourget norte de Paris na manhã de sábado cerca de sete horas depois, confirmaram executivos da Honeywell.
Honeywell, Gulfstream e Boeing estão fazendo os vôos transatlânticos utilizando combustíveis derivados biologicamente para mostrar os esforços de suas empresas para reduzir as emissões de carbono usando biocombustível de aviação. O Jetfuel da Honeywell é derivado de camelina, uma das culturas energéticas que cresce em rotação com trigo.
A Honeywell já produziu mais de 700 mil galões (2.6 milhões de litros) de BioJetFuel feitos de camelina, pinhão manso e aquícola (algas), com os quais a empresa realizou 16 vôos de testes movidos a biocombustível em aeronaves comerciais e militares.
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