Bagaço de Cana – De Todas As Matérias-Primas Disponíveis Hoje Para A Viabilização De Produção Em Larga Escala Do Álcool Celulósico, Nenhuma Oferece Mais Vantagens E Disponibilidade Na Porta Das Fabricas Do Que O Nosso Tão Conhecido Bagaço De Cana. Que Oportunidade de Ouro para o Brasil Liderar a Produção Mundial deste Biocombustível
Como foi divulgado aqui nos EUA no Biofuels Digest e outros jornais de energia renovável, realmente bagaço de cana é a estrela da vez para produzir etanol celulósico. Vamos sumarizar o que foi falado por aqui da nossa tão conhecida sobra da garapa açucareira.
“A história do etanol celulósico é muito mais do que a maioria das pessoas provavelmente percebe. Em 1819, o químico francês Henri Braconnot descobriu como decompor celulose nos componentes de açúcares, tratando a biomassa com ácido sulfúrico.
Uma vez açúcares são liberados a partir de celulose, a solução pode ser fermentada para etanol em processos que são muito similares àqueles usados para produzir etanol de milho ou de etanol de cana de açúcar.
Independentemente da forma de como os açúcares são liberados, os processos que produzem etanol a partir de açúcares celulósicos coletivamente são categorizados como etanol celulósico.
Os alemães primeiro comercializaram a produção de etanol celulósico a partir de madeira em 1898. A tecnologia foi comercializada nos Estados Unidos em 1910, quando uma empresa usou o padrão de álcool para construir uma usina de etanol celulósico na Carolina do Sul visando converter resíduos de serraria em etanol.
Depois desta iniciativa, mais tarde, uma segunda fábrica foi aberta em Louisiana. Cada planta foi capaz de produzir mais de 5.000 galões de etanol por dia a partir de resíduos de madeira, e ambas operaram na produção de etanol por vários anos antes de ficarem ociosas por razões puramente econômicas.”
Outras tentativas posteriores foram feitas para viabilizar e comercializar etanol celulósico durante o século XX, mas havia grandes desafios a vencer no desenvolvimento de etanol celulósico como uma opção energética com custos competitivos.
Devido as etapas extras envolvidas em relação ao milho ou cana de açúcar etanol, capital e custos operacionais são mais elevados para o etanol celulósico do que para o etanol derivado de carboidratos.
Mas a atração contínua no etanol celulósico é o potencial para utilizar fluxos de resíduos que são baratos ou mesmo com preços negativos para produzir o etanol. Portanto, um número de companhias continuam trabalhar na viabilização da comercialização.
Bagaço de Cana – Opção de Mais Baixo Custo como Matéria-Prima para a Produção de Etanol Celulósico
Ai surge o bagaço resultante do resíduo do processamento da cana como a opção de mais baixo custo de matéria-prima para a produção de etanol celulósico (melhor até do que de resíduos sólidos urbanos). Há açucares redutores no bagaço, e este mesmo bagaço é lavado, pulverizado e entregues na fábrica.
Na verdade, mesmo depois de usar alguns bagaços de cana para alimentar suas plantas, as usinas de açúcar ainda lutam para descartar bagaço em excesso. Assim, a economia de bagaço versus finalidade-cultivadas para produção de etanol celulósico deve ser significativamente melhor. O Brasil tem a maior disponibilidade em todo mundo deste valioso resíduo acucareiro.
Algumas empresas têm focalizado no potencial do bagaço para produção de etanol. Em 2008, Verenium anunciou sua intenção de construir uma planta de demonstração de etanol de bagaço em Louisiana e uma planta comercial na Flórida. Esses planos, em última análise não vingaram, e Verenium vendeu seus negócios de etanol celulósico à BP.
Mas Blue Sugars (azul açúcares) Corporation (anteriormente KL Energy) informou recentemente que conseguiu produzir um lote de 20.000 galões de etanol celulósico produzido a partir de bagaço de cana.
Isto é, presumivelmente, uma vitória e um avanço muito importante na consolidação e concretização do uso do bagaço de cano como matéria prima para este tipo de álcool.
Contudo, a comercialização de etanol celulósico ainda enfrenta uma série de desafios. Custos operacionais e de capitais devem permanecer superiores aos produzidos pelos produtores de etanol de milho. Embora que a seca do Estados Unidos vai de todas maneiras pesar na disponibilidade de milho para ser transformado em etanol a curto prazo.
O mercado de etanol também enfrenta o obstáculo nos limites da mistura, o que dificulta a expansão da produção doméstica americana sem ter o correspondente aumentos no consumo de E15 e E85, e/ou as exportações de etanol.
Contudo, muitos como nosso grupo acreditam que bagaço de cana é realmente uma das matérias-primas ou resíduos que tem a maior chance de sucesso na viabilização de produção e comercialização de etanol celulósico. Achamos que o bagaço como matéria-prima está no top como biomassa mais atraente e disponível, vindo logo em seguida os resíduos sólidos urbanos e resíduos agrícolas.
Além disto, a nossa tão conhecida alga está firme no páreo para dar sua contribuição nesta corrida usando açúcares derivados de bagaço na produção de biocombustíveis, como a tecnologia que vem sendo desenvolvida pela Solazyme.
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