A Empresa aérea mexicana Interjet realizou na semana passada o primeiro vôo na história da aviação mexicana usando biocombustíveis.
O avião, um Arbus 320, decolou de um aeroporto próximo da Cidade do México até o aeroporto Internacional de Tuxtla Gutiérrez, Chiapas no sul do país.
O biocombustível foi produzido a partir de pinhão manso cultivado localmente no estado sulista de Chiapas. Segundo a Airbus, o vôo de demonstração visa acelerar a comercialização do biocombustível na aviação neste país latino.
O vôo é parte de um programa de dois anos no qual a empresa aérea mexicana tenta desenvolver uma cadeia de produção de biocombustíveis renováveis, visando estabelecer uma plataforma para o desenvolvimento sustentável de bio-combustível no México.
O biocombustível foi processado pela empresa de motores aeroespaciais Honeywell UOP, com uma mistura de 30% bio querosene sintético parafinado feito a partir de Jatropha e 70% de combustíveis fósseis, em um dos motores da aeronave, ou seja, o outro usou a energia convencional.
Honeywell já desenvolveu testes com êxito a partir de bio combustíveis para aviação baseados em Camelina, Jatropha e Algas que poderiam ser usados sem a necessidade de modificação do motor das aeronave.
Bio querosene ou Biojefuels tem sido testado em muitos vôos anteriores como o que recentemente venceu a barreira som em um Jato Militar F-22 (BioJetFuels: Bio Querosene de Aviação Quebra a Barreira do Som).
Até o momento Air New Zealand, Continental Airlines, Japan Airlines, TAM Airlines e forças aéreas americanas realizaram vôos testes bem-sucedidos.
Este vôo mexicano juntamente com os testes anteriores, demonstram que a Jatropha tem o potencial para reduzir a emissão de gases de estufa, especialmente de CO2, em até 80 por cento quando compardo com combustível fóssil de aviação.
Este bio querosene pode substituir total ou parcialmente o derivado do petróleo, o que implica em menor impacto ambiental, uma vez que são gerados a partir de recursos renováveis.
O biocombustível deste vôo obtido a partir das sementes do nossa tão conhecido Pinhão Manso mostra como a Jatropha pode ser um componente importante em energia renovável.
Segundo relatório divulgado recentemente pela Boeing e a Universidade de Yale, o cultivo de pinhão manso pode ser ecologicalmente e economicamente sustentável se cultivado com sementes melhoradas e usando terras que não competam com o consumo de alimentos ou seja em terrenos não-agrícolas ou marginais, incluindo zonas de deserto e com água salgada.
O cultivo de Jatropha, segundo o relatório, pode fazer parte no México e Brasil de uma estratégia integral de produção de biocombustíveis que vai gerar renda para muitas comunidades rurais que terão agora parcelas rentável e, ao mesmo tempo, contribuirá para melhorar a qualidade de vida de toda a população.
O objetivo da aviação mexicana é que até o ano 2015, 1% da demanda da combustíveis aéreos seja em forma de bio querosene ou que exigirá a produção de 40 milhões de litros. Para 2020 o objetivo é de 15%, ou seja, mais de 600 milhões de litros de bio querosene sintético parafinado vindo de fontes renováveis e o Pinhão manso é a matéria-prima selecionada.
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