Agora que em 2010 o Brasil deve ter chegado ao valor recorde de USD $ 1 bilhão de dólares nas importações de pescados vamos ver o que a Indústria do Pangasius fez e está fazendo pela economia vietnamita nestes últimos 20 Anos.
Como as exportações ficaram ao redor de USD $200 milhões de dólares, isto significa que o Brasil, um dos países de maior potencial aquícola do planeta, deve estar importando 5 vezes mais pescados do que estar vendendo para outros países.
Como temos mostrado em posts passados, as exportações do Pangasius feitas pelo Vietnã atingiram o volume de 645 mil toneladas ou US $ 1,4 bilhões de dólares em 2010, segundo dados revelados pelo Ministério de Agricultura e Associação dos Exportadores e Produtores de Pescados deste país asiático.
Pagansius produz um filé de excelente qualidade, superior sabor, alto rendimento e é muito mais fácil de cultivar do que a Tilápia.
É um excelente substituto para peixes de carne branca como o Salmão e Bacalhau e opção excelente para desenvolvimento de produtos de valores agregados.
O óleo feito das partes não comestíveis pode ser transformado em biodiesel de ótima qualidade.
Apresentamos aqui em dois posts alguns dados parciais e gerais baseados em informacões pessoais além de outros dados levantados em raras publicações disponiveis em inglês sobre as transformações economicas, sociais e ambientais que a indústria asiática do Panga (Pangasius hypophthalmus) está promovendo no sudeste asiático, principalmente no Vietnã.
Sabemos que nosso MyBeloJardim é atualmente uma das mais procuradas fontes de informações em português sobre Energia Renovável, Tilápia, Pangasius, Biocombustíveis Aquícolas, Aquicultura e . No caso de Biocombustíveis Aquícolas somos quase os únicos no mundo de língua portuguesa a promover este assunto.
Somos muitos gratos a você nosso assíduo leitor que aos milhares visitam-nos continuadamente cada vez mais querendo educar-se nestes tão importantes e decisivos setores da economia dos nossos países.
Porém queremos esclarecer o seguinte: nossa intenção em dessiminar conhecimentos e informações sobre o Panga no nosso MyBeloJardim não é de modo algum tão somente promover por promover o Pangasius, a não ser onde seja legal e permitido.
Nosso real e maior objetivo é, atráves de uma análise comparativa e fundamentada, mostrar a todos que nos visitam, o grande instrumento e poder transformador que é a aquicultura. Quando feito e promovido corretamente o cultivo de pescado pode gerar rendas e empregos levando progresso e prosperidade às regiões carentes dos nossos países.
A Contribuição da Aquicultura do Peixe Pangasius na Economia Vietnamita
Após 20 anos de transição de mercado no Vietnã, o setor aquícola vietnamita emergiu vigorosamente dando uma significativa contribuição para tornar esta nação o segundo país que mais cresce sua economia nos últimos anos no Sudeste Asiático de acordo com dados do Banco Mundial.
Depois de ter investido pesadamente em produção intensiva de aquicultura em meados de 1990, o Vietnã é hoje o terceiro maior produtor aquícola do mundo, atrás somente da China e da Índia, com um total produção de cerca de 2 milhões de toneladas.
O valor da produção da aquicultura está perto de US $ 2 bilhões de dólares, contribuindo com cerca de 60% do valor total do setor pesqueiro. Notadamente, enquanto o crescimento mundial da aquicultura foi em média 6,1% ao ano, a produção vietnamita cresceu 30,6% ao ano segundo em 2008 segundo relatório da FAO de 2009.
O principal motor desse crescimento foi a domesticação, fomento e a intensificação da produção do Panga, cultivado predominantemente em tanques-rede em água doce nas províncias do centro e norte do delta do rio Mekong, incluindo Um Giang, Dong Thap, e Can Tho.
Neste curto espaço de tempo, o peixe Pangasius evoluiu de um quase que completamente desconhecido, para um produto global bilionário que é exportado para mais de 150 países incluindo Brasil, USA, Europa e da Ásia-Pacífico.
Este crescimento trouxe consigo grandes desafios e pressões de competidores, orgãos fiscalizadores e a tão falada guerra travada com os produtores do catfish americano (Ictalurus punctatus).
Pressionado pelas exigências sanitárias dos países importadores, o governo vietnamita escolheu um caminho nunca antes tentado e experimental para complementar a regulamentação e fiscalização interna. Juntou-se a iniciativa privada nacional e internacional para criar normas e padrões de boas práticas para dar sustentabilidade e garantir a qualidade do produto.
Como parte de um amplo movimento global de “aquicultura sustentável”, que agora inclui peixes de água doce como tilápia e pangasius, tanto as organizações do setor como outras sem fins lucrativos estão competindo entre si para estabelecer suas próprias normas específicas para dar certificados socialmente e ambientalmente sustentáveis de produção e satisfazer os consumidores.
Para dar credibilidade mundial, o governo fez acôrdos de cooperação com organizações privadas nacionais e internacionais para elaborar e implementar padrões e normas de qualidade.
Os principais objetivos foram cobrir deficiências da legislação local e dar um planejamento ordenado ao setor, bem como a necessidade de aumentar a credibilidade do pescado vietnamita nos mercados mundiais.
Lançamento das Normas e Padrões de Aquicultura Responsável
Os resultados já estão acontecendo a cada dia. Como mostramos aqui, recentemente foi lançado o manual das Normas e Padrões de Aquicultura Responsável do Pangasius pelo World Wildlife Fund (Pangasius Aquaculture Dialogue Standards – WWF – PADS).
Com o laçamento destas Normas e Padrões, agora existem normas específicas para dar certificados socialmente e ambientalmente sustentáveis ao peixe Panga.
O mesmo ocorreu com a Tilápia que já tem estabelecidas suas Normas e Padrões de boas práticas para ser certificada como indústria sustentável.
Organizações respeitáveis mundias como o WWF desenvolveram conjuntamente com os produtores e autoridades privadas e governamentais as práticas de aquicultura sustentáveis para o bagre Pangasius, Tilápia, Camarão e Mariscos.
Este foi um passo decisivo para responder as pressões internacionais e colocar o peixe Panga na lista das espécies aquícolas que têm manuais de sustentabilidade.
Se você acredita, como nós acreditamos, baseados em fatos reais no cultivo de espécies aquícolas, mande os links destes artigos para a maior quantidade de pessoas possíveis do seu relacionamento.
Vamos concientizar a todos, principalmente os que têm poder de decisão sobre tudo que é possível mudar com o fomento ordenado e planejado da aquicultura em todos os níveis. O setor aquícola desde já agradece penhoradamente.
Post relacionado: Pangasius: O que Fez pela Economia Vietnãmita Nestes Últimos 20 Anos – Parte II