Estudos recentes divulgados nos USA mostram um constante declínio na nação mais populosa do mundo das terras arráveis que possam suprir a população de grãos essenciais estratégicos e como tal afetando a seguranca alimentar dos chineses e chinesas.
A verdade é que a China não é mais auto-suficiente na produção de grãos para sua população. Isto representa um senhor desafio para os chineses e uma senhora oportunidade para países como o Brasil, Estados Unidos e Argentina.
A China precisa de 120 milhões de hectares de terras arráveis para manter sua autosuficiencia em grãos. Contudo o estudo mostrou que em 2015 vão existir menos de 117 milhões de hectares para os chineses cultivarem.
É claro que tudo isto vai criar pressões e oportunidades para países como o USA, Brasil e Argentina de suprirem a demanda asiática de grãos, principalmente, milho.
Os três alimentos mais consumidos no mundo são: trigo, arroz e milho. O mercado mundial de exportação de milho é dominado por três países, que representam aproximadamente 80% do comércio total. De acordo com o USDA está estimado que na safra de 2009/10 os USA poder ser responsáveis por 57% das exportações de milho, enquanto a Argentina e o Brasil podem representar 16% e 9%, respectivamente.
Queda dos Estoques Estratégicos de Grãos na China
Associado com o declínio de terras arraveis, temos outro fator importante que está acontecendo com o povo chinês. É a queda dos estoques estratégicos disponíveis emergenciais. Está sendo estimado que em 2011, a China vai ter tão somente 39% de estoques de grãos estratégicos.
Isto implica que a China pode não ter uma folga de estoques que o país poderia utilizar antes de comecar a importar grãos, como se acreditava anteriormente. As estimativas são que as importações chinesas de milho e soja irão aumentar de 36% e 10%, respectivamente, cada ano durante os próximos cinco anos.
No caso da soja está estimado que os USA vão exportar cerca de 52 milhões de toneladas em 2010. Isto é, um aumento das exportações para a China num incremento anual 5 milhões de toneladas para 17 milhões de toneladas a partir de 2011 até 2015 pode representar um aumento de 10-33% na demanda de exportação mundial americana, é claro que todo este incremento não será suprido tão somente pelos USA, o Brasil está aí no páreo para valer.
Os Países Produtores de Grãos Terão Condição de Aumentar Produção?
A questão básica que levantamos hoje é se os países produtores de grãos terão condição de nos próximos cinco anos de aumentar suas produções de grãos para suprir a demanda chinesa.
Como descrevemos em posts anteriores a questão de segurança alimentar familiar é um ponto importante para todas as nações do mundo. Como contrabalançar a demanda intensa da china com a necessidade de ter estoques estratégicos e segurança alimentar para a população.
A opinião geral é que as mudanças estruturais no mercado chinês vão continuar criando pressões nos estoques globais de grãos como vem acontecendo nos últimos 20 anos, e¸é claro, isto deverá resultar em preços elevados nas commodities e trazer um melhor preço para os agro-business dos Estados Unidos, Brasil e outros paÍses produtores.
Agora para complicar ainda mais a equação de produção de grãos para alimentacão humana e animal, pense na demanda por terras agricultáveis que a culturas energética para biocombustíveis podem e estão criando em todo o mundo na polêmica de alimentos versus combustíveis! Bem, isto vai ser discutido em outro post.
Mais informações sobre Segurança Alimentar: