Agora não somente consolidado em Bio-Etanol, mas o Brasil entra firme também como sério candidato à liderança mundial no desenvolvimento e produção dos chamados Bio-Combustíveis Avançados, como o Bio-Querosene De Aviação.
Esta semana a TAM Linhas Aéreas em conjunto com a Airbus, Brasil Ecodiesel (produtora de biocombustíveis a partir de pinhão manso), Curcas Energias Renováveis e AirBP (a divisão de aviação especializada da British Petroleum) anunciaram que vão construir uma usina no Brasil de biocombustíveis para uso na aviação ou “bio-querosene combustível” com o objetivo de “substituir progressivamente combustíveis fósseis com biocombustíveis.
Como temos acompanhado aqui no MyBeloJardim, a iniciativa começou no ano passado, utilizando sementes de jatropha que foram refinadas por meio da extração de óleo e transformadas em bio-querosene que foi usado em uma mistura 50:50 de combustível jet-A.
Vários vôos bem sucedidos foram feitos usando essa mistura. A última fase será usar uma fonte de biomassa mais diversas, incluindo Jatropha, soja e possivelmente algas.
Na realidade hoje, a história de biocombustíveis avançados atinge uma nova era com este anúncio conjunto da futura implantação de uma bio-refinaria com uma capacidade de produção 80.000 toneladas por ano, que deverá entrar em operação em 2013. Os estudos para o projeto estão sendo realizados pela Yale University.
Este projeto supera outras iniciativas em construção no mundo, como os acordos entre a British Airways e a Solena Combustível para instalar uma usina de 71 milhões de litros de JetFuels produzidos a partir resíduos sólidos urbanos no Reino Unido, e um outro projeto similar entre a Qantas e Solena na Austrália.
Esta nova iniciativa mostra que o Brasil finalmente despertou para ir além do Alcool Combustível e Biodiesel que foram até agora a preocupação maior dos produtores locais. Agora há um impulso substancial para o Brasil liderar o desenvolvimento e produção do querosene de aviação.
Na verdade, além do pinhão-manso (um pouco desacreditado em outros países) e soja usados na produção de biodiesel ter se expandido muito no Brasil, hoje podemos observar que há um fluxo substancial de tecnologias dos EUA de biocombustíveis avançados baseadas na conversão de cana-de-açucar para o diesel renovável e jetfuel. O Brasil não poderia ficar de fora desta corrida de Bio-Combustíveis Avançados.
A Guerra pela Supremacia dos Biocombustíveis Avançados
Por outro lado anúncios como este mostra que a guerra pela supremacia dos biocombustíveis avançados – isto é testar em escala piloto novas tecnologias para depois crescer em grande escala no mercado brasileiro, bem como uma base de exportação para a Europa, Ásia e os EUA – fundamentalmente não será travada no Estados Unidos, Europa ou Ásia, mas nos campos do estado de São Paulo no Brasil, cuja maior cidade da America Latina é também chamada da capital do Nordeste Brasileiro .
São Paulo com os seus centros de alta tecnologia e agricultura, como os de São José dos Campos, Campinas, Ribeirão Preto, e outras cidades menores foram onde empresas como Gevo, a Amyris, Iogen, Codexis e Virent ganharam uma posição através de seus esforços próprios e parcerias com a Cosan, a Total e a Shell.
Será que podemos afirmar que as ligações e conexões cruciais entre o Vale do Silício (San Jose) nos EUA e o Vale do Paraíba (Sao José dos Campos) no Brasil, podem muito bem ser o nervo central no qual os biocombustíveis avançados vão atingir escala e paridade com os combustíveis fósseis? Tem tudo para implacar e estamos de corpo e alma envolvidos nestes esforços.
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