Importações de Pescados no Brasil: E a Saga Continua
Temos mostrado em vários artigos anteriores a situação, que muitos afirmam ser muito além de calamitosa, do atual quadro das importações de pescados feitas pelo Brasil
Para o espanto nacional e pasmo de especialistas mundiais, o Brasil, com este imenso potencial aquícola (Por que o Brasil não é uma Potencia Mundial em Aquicultura?), importou um absurdo de 344,75 mil toneladas de pescados no valor de USD $1,252 Bilhões de dólares em 2011 – aumento de 25,09 por cento em valor e 23,04 por cento em volume em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados da SECEX/MDIC e Aliceweb.
Continuando em 2012 a saga de aumentos nunca vistos na importações, dados da SECEX/MDIC e Aliceweb mostram que somente nos dois primeiros meses deste ano, o Brasil já importou US $261,05 milhões de dólares em pescados e já se afirma que até março deste ano já se tenha facilmente ultrapassado os US $400.000.000.00 (quatrocentos milhões de dólares)!!!!!!!!
Muitas estão achando esta é uma batalha perdida porque os interesses pessoais, acordos comerciais e muitas coisas mais tornam o setores pesqueiro e aquícola sem força nas prioridades da Nação.
Outros afirmam que não temos modelos vitoriosos nem tecnologia para reverter este quadro. Ai é que se enganam. Senão vejamos, um exemplo no Nordeste do Brasil que hoje é modelo para o mundo.
Como Reverter as Importações de Pescados – Projeto das Associações de Piscicultores do Padre Antonio e Ivone Trazendo Dignidade e Renda de 2-4 Salários Mensais
O Projeto das Associações de Piscicultores em tanque-rêdes do Padre Antonio e Ivone Lisboa no Pólo de Aquacultura de Petrolândia, Jatobá, Itaparica e Itacuruba continua crescendo e atingindo pessoas que antes não tinham perspectivas e esperanças de vida digna e decente.
São inúmeros os e-mails que recebemos no MyBeloJardim parabenizando, agradecendo e estimulando o trabalho do Padre e Ivone.
O modelo sustentável das associações de piscicultores liderados pelo Padre Antonio e Ivone Lisboa no Rio São Francisco Pernabucano é reconhecido internacionalmente inclusive com prêmios mundiais que os projetaram para muito além da fronteiras brasileiras.
Os resultados práticos obtidos juntos às populações locais são exemplos que deveriam ser seguidos não somente no Vale do Velho Chico, mas em outras localidades.
Rendas concretas mensais de 2 a 4 salários mínimos representam tudo para quem não tinha nada.
São modelos como este e do Eng. Elias Cordeiro também no São Francisco que mostram como temos tudo para sermos potencia mundial em Aquicultura
Esperamos que muito em breve possamos instalar Sistemas Integrados Sustentáveis AquaBioPonics de Produção de Alimentos nestas Associações atuais para criarmos alternativas de produção maximizando receita e re-utilizando a água.
Abaixo alguns e-mails que temos recebido de várias partes do mundo parabenizando e reconhecendo o trabalho de desenvolvimento sustentável do Padre Antonio e Ivone.
“Parabenizo o projeto que pude ver de perto, e digo-lhes que a satisfação dos ribeirinhos é imensa, onde pude comprovar que eles adoraram e abraçaram a ideia, pois suas fontes de renda se encontram nesta associação. Em especial o SÍTIO MARI…pessoas que não tinham perspectivas de vida, trabalho e que hoje se orgulham dos seus trabalhos… então meu profundo agradecimento ao Padre, Ivone… mentes brilhantes…”
“O trabalho do Padre Antonio e Ivone com a assistência do Prof. Aecio D’Silva e suporte da Diocese de Floresta representa o que há de melhor quando pessoas que têm conhecimentos estão dispostas a treinar e ajudar o próximo sem reserva e medos. Parabéns por tão nobre iniciativa. Onde estão os políticos e líderes da região que não apóiam tão destacada iniciativa?”.
“Conheço pessoalmente o projeto do Padre Antonio e Ivone no Vale do São Francisco. Vocês trouxeram esperança, dignidade e vida nova para aqueles que não tinham nada mais para viver e acreditar. Isto é uma coisa concreta e verdadeira quando comparamos com tantas promessas nunca realizadas que tanto vemos nesta terra. Parabéns.”
Como vemos temos tudo para sair desta situação e reverter este quadro vergonhoso da atuais Importações de Pescados no Brasil. Quando será feito alguma coisa sobre isto?
Fica aqui minha indiguinação como um País com tamanho potencial aqüicola, 12% da água doce disponível no planeta, 5,5 milhões de hectares de águas da União represadas em lagos e reservatórios, clima favorável à produção e 8,4 mil quilômetros de costa, vem importando cada vez maisprodutos da aquicultura.O Governo federal vem trabalhando de maneira a melhorar nossa produtividade, como já observamos batemos recorde na produção de produtos aqüicolas, mas ainda estamos muito aquém do que deveríamos estar. Por outro lado no meu ponto de vista como criador de peixes acredito que as ações governamentais para estimular a produção aqüicola precisam se estender muito alem do que já se vem fazendo, pois basta analisar, que nossos produtos ficam mais caros que os produtos importados, que chegam em nosso País quase a metade do preço.
Taxar produtos importados não é a solução, o que devemos fazer é avaliar como os produtos chegam as esses preços no mercado Brasileiro, e adotar políticas para nos tornarmos competitivos. Políticas de redução de impostos para nosso setor, desburocratização para licenciamento, financiamento a longo prazos com taxas mais atrativas são alguns das melhorias que deveriam ser implantadas em caráter de urgência.
O Brasil a cada ano bate recorde na importação do file de Panga Vietinamita, não acredito que somente o fato do Vietnã possuir mão de obra mais barata, faz com que o preço de seus produtos cheguem tão mais barato que os nossos, Analisando meus custos de produção, retirei a mão de obra, e considerei igual a (0) zero, isso mesmo zero, e ainda assim não ficou competitivo, com o file do Panga, que viaja milhares de Km, para chegar aqui, e mesmo assim chega mais barato. Temos que rever nosso conceito, aumentar a produtividade, o governo tem que ajudar mais o setor aqüicola, com subsídios e financiamentos, para que a médio e longo prazo podemos ser competitivos. A demanda por produtos pesqueiros é crescente no mundo. O consumo de pescado, que hoje é de 16 kg per capita ao ano, deve passar para 22 kg per capita até 2030, estima a FAO. Serão necessários mais 90 mt de pescado para suprir a demanda e é a criação e não a pesca que pode proporcionar aumento significativo na produção. São ações definidas e implementadas agora, que definiram se nós Brasileiros seremos os fornecedores ou apenas consumidores desse mercado Bilionário.
Fica aqui minha indignação com os números apresentados, espero que nosso governo amplie seus horizontes para enxergar que nossa atividade precisa de mais apoio, apesar do grande apoio que vem sendo dado nos últimos anos.