A Indústria Aeroespacial – Um Enorme Mercado para BioJetFuels
Perdidos em meio a acontecimentos trágicos do Japão e da agitação permanente no Oriente Médio quase que não foi percebida uma notícia histórica de um avanço significativo acontecido esta semana na tecnologia de biocombustíveis de aviação.
Uma aeronave F-22 Raptor da Força Aérea dos EUA alimentado por uma mistura 50/50 de combustível JP-8 convencional à base de petróleo e biocombustível feito a partir de óleo de camelina, quebrou a barreira do som, atingindo uma velocidade de Mach 1,5 (1770 km/h) e provando a utilidade dos BioJetFuels ou Bio-Querosene para a aviação militar.
Lembro bem quando falávamos tempos passados sobre o potencial de biocombustíveis aquícolas na aviação muitos não acreditavam. Agora vemos os biojetfuels vencendo a barreira do som.
O combustível utilizado neste voo experimental veio do óleo de camelina. Muitas empresas e organizações, incluindo públicas e gigantes privados estão envolvidas no mercado de biocombustíveis de aviação e experiências em curso estão usando desde as algas, restos de madeiras, bagaços de cana e pinhão-manso como fonte de matéria-prima para combustível para aviões
Enquanto os militares americanos, maiores consumidores de jetfuels do mundo, poderão ver os biocombustíveis como forma de garantir o abastecimento em tempos de crise, a aviação comercial provavelmente ver como uma forma de controlar os custos.
Os gastos com combustível é o segundo maior custo da indústria de aviação, vindo após mão de obra. Com isso investir em R&D de combustível de aviação pode se tornar fundamental para futuros fabricantes de biocombustíveis para esta área
Ao contrário da indústria do etanol, que goza de cotas e usos obrigatórios de mercado e que pode usar lobby junto aos governos estadual e federal para conseguir incentivos fiscais e mandatos para tornar o combustível disponível nos postos de gasolina, os fabricantes de biocombustível de aviação serão capazes de vender diretamente a consumidores individuais, sejam eles companhias aéreas ou fabricantes de aeronaves.
Na verdade, os clientes podem estar intimamente envolvido com a criação do produto. A Qantas australiana, por exemplo, está em negociações com dois fornecedores de biocombustíveis aquícolas feitos a partir de algas para abastecer sua frota.
Da mesma forma, a Airbus fez uma parceria com a empresa romena Tarom para criar uma fábrica de biocombustíveis da aviação no país, parte do plano da empresa para estabelecer facilidades de combustíveis renováveis em todos os continentes.
TAM Linhas Aéreas em conjunto com a Airbus, Brasil Ecodiesel (produtora de biocombustíveis a partir de pinhão manso), Curcas Energias Renováveis e AirBP (a divisão de aviação especializada da British Petroleum) anunciaram que vão construir uma usina no Brasil de biocombustíveis para uso na aviação ou “bio-querosene combustível” com o objetivo de “substituir progressivamente combustíveis fósseis com biocombustíveis.
O impulso por esses grandes fabricantes de aeronaves sugere que no futuro eles podem vender aviões empacotados com o combustível a um preço garantido. E dado o acesso dos fabricantes a capital e as suas aeronaves possuem clientes certos, o espaço de biocombustível na aviação pode sair em poucos anos.
Para mostrar a seriedade do mercado de capitais para o setor, a Honeywell (NYSE: HON), Exxon Mobil (NYSE: XOM) e Archer Daniels Midland (NYSE: ADM) estão envolvidos no crescimento da indústria. Dois anos atrás, Shell (NYSE: RDSA) adquiriu a unidade de biocombustível de aviação da gigante brasileira de biocombustíveis Cosan (NYSE: CZZ), enquanto a British Petroleum (NYSE: BP) entrou para a Airbus e outras empresas para concluir uma usina de biocombustível de 80 mil toneladas / ano sua em 2013.
Isto mostra que enquanto a maioria da cobertura do Brasil tem se concentrado na produção de etanol e da distribuição de final na bomba de gasolina, há um impulso substancial em construção no Brasil sobre o green diesel e de jet fuel.
De fato, ao viajar ao Brasil dias passados, o presidente Obama destacou em primeiro plano a cooperação Brasil-EUA sobre biocombustíveis de aviação. Lembre o que ele afirmou: “o que o Brasil produzir e não consumir, nós compramos.”
Não se pode jogar fora o mercado do maior importador de biojefuels do mundo, mesmo agora que estamos voando acima da velocidade do som.
Mais informações sobre Químicos Verdes :