Aquicultura Sustentável Inteligente – Inclusão Social de Mulheres Sertanejas que formam Associações de Cultivo de Tilápia em Tanques-Rede no Vale do São Francisco Pernambucano. Elas Convivem com a Seca, Têm Vidas Dignas com Siginificado e Rendas Seguras para toda a Família
O Sertão ou semiárido Nordestino Brasileiro é conhecido pelas secas e as ondas de pobreza, destruição e calamidades que ciclicamente avassalam a região.
O quadro é dessolador com famílias sem as mínimas e básicas condições de sobreviverem sem a dependência direta dos poderes públicos, quando existem.
Por outro lado, uma rotina que acontece todas as vezes que ocorre um seca prolongada é o governo aparecer com a criação de novos programa, projetos e novas entidades que prometem resolver para sempre a seca Nordestina.
“Foi assim com a seca de 1951 quando foi criado o BNB; a seca de 1958 determinou a criação do GTDN e da SUDENE; com a seca de 1970 surgiu o PIN/PROTERRA; a seca parcial de 1976 criou o movimento necessário ao lançamento do PROJETO SERTANEJO; à seca de 1979 deveu-se a criação do PROHIDRO que, posteriormente, em 1984, ao final dessa mesma seca, foi “substituído” pelo PROJETO NORDESTE cujo principal programa foi o PAPP – Programa de Apoio ao Pequeno Produtor.:”
“A reação do governo não parou por aí. Na região nordeste surgiram o POLONORDESTE, o Programa São Vicente, o FINOR agropecuário, o PROÁLCOOL etc . E aí, entre os anos de 1992/1993, mais uma vez sob a influência de uma seca intensiva, cria-se o PROJETO ÁRIDAS que buscava um desenvolvimento sustentável que permitisse ao nordeste uma “convivência pacífica” com o fenômeno das secas”.
Um dos grandes projeto de estudo de recursos hídricos conduzido no nordeste brasileiro foi o Projeto Água Subterrânea no Nordeste do Brasil, ou PROASNE, que teve como objetivo principal contribuir para o desenvolvimento dos recursos hídricos subterrâneos da região, aumentando a disponibilidade de água a longo prazo nas comunidades rurais sertanejas e reduzindo as dificuldades causadas pela seca.
Neste novo século são dezenas de projetos que tentam resolver o problema das secas usando sigals como “Agua para Todos” e “inovações nunca vistas” como Bolsa Estiagem e operação carro-pipa.
Uns dos grandes projetos de soluções-permanentes é a transposição do rio São Francisco, um dos maiores senão o maior projeto individual, visando atacar os desafios trazidos pela seca. Segundo estimativas a transposição pode ter um custo total de mais de R$ 8,18 bilhões de reais (US $4,09 bilhões) A questão é quando vamos ver esta centenária idéia sendo realidade.
Quantos bilhões de dólares foram e estão sendo gastos com todas estas iniciativas. Contudo o que vemos hoje é a seca quase tão ativa e devastadora como era no tempo dos Guerra dos Canudos. Pessoas abandonando suas casas e propriedades, plantações destruidas, gado morrendo e a dependência do inovador e solucionador carro-pipa cada vez mais real.
Se chover novamente, todos esquecem que existe seca até que outra calamidade de ausência de chuvas torrem o solo do semiárido. Será que existem opções comprovadas e reais de Aquicultura Sustentável que possam realmente atacar o desafio da seca de frente e incluir os milhares que vivem pelo menos as margens dos grandes reservatórios das hidroelétricas brasileiras?
Existem! E são modelos brasileirissimos de Aquicultura Sustentável Inteligente que, como vimos em artigos anteriores e vamos ver em seguinda, estão mudando o vida de centenas de sertanejos e sertanejas no lado Pernambucano do Rio São Francisco.
Aquicultura Sustentável Inteligente – Mulheres Sertanejas Convivendo com a Seca, Tendo Vida Digna, Decente e com Siginificado
É no meio da caatinga com seca escaldante e sem nenhuma ajuda ou suporte governamental que mulheres sertanejas estão gerando com o fruto do seu trabalho rendas que podem atingir até 4 salários mínimos (R$:1300,00 a 2R$600,00 reais ou US $750,00 a $1300,00 dólares) mensais criando tilápias em tanques-rede no Rio São Francisco Pernambucano.
Em um Trabalho Pioneiro de Aquicultura Sustentável Inteligente e Inclusão Social, o Grupo de Associações de Piscicultores e Piscicultoras de tilápia em tanques-rede implantadas e organizados pelo Padre Antônio Miglio e Ivone Lisboa nos Lagos Moxotó e Itaparica no Rio São Francisco têm agora uma Associação formada somente por mulheres selecionadas nas comunidades locais.
Como mostramos em artigo anterior o trabalho de aquicultura sustentável inteligente associativista que iniciamos juntos com o Padre Antônio e a contadora Ivone no lado Pernambucano do Rio São Francisco no Nordeste Brasileiro completou em 2012 dez anos de existência com resultados que já ultrapassaram as mais altas expectativas e hoje já estão além das fronteiras do Brasil.
As nove associações em plena operação embrenhadas no semiárido ou sertão Nordestino símbolo de secas, pobrezas, questões sociais, desigualdades e muitas desinclusões sociais, mudaram tudo isto e são realidades mundiais e exemplos de aquicultura sustentável inteligente e inclusão social para o Brasil e o mundo.
Das nove associações, uma se destaca por seu pioneirismo de aquicultura sustentável e inclusão social daquelas que muitas vezes são relegadas ao segundo plano ou colocadas em situações inferiores, desfavoráveis e negadas oportunidades de vida melhor: as mulheres nordestinas sertanejas.
Como sabemos, a realidade no sertão do trabalho da mulher não nada animador e muitas vezes abaixo e inferior a tudo que a mulher sertaneja, que é também antes de tudo uma forte, pode e têm condição de dar e oferecer às suas comunidades.
Aquicultura Sustentável Inteligente – Quebrando o Ciclo “Desinclusador”
Para quebrar este ciclo “desinclusador”, o Padre Antônio e Ivone começaram um trabalho de aquicultura sustentável junto a um grupo de mulheres da Paroquia de Jatobá para que as mesmas fossem incluidas socialmente e tivessem uma oportunidade de mostrar tudo que são capazes desde que alguém acredite nelas, lhes dê oportunidades e lhes ensine o caminho.
Foi assim que foi implantanda uma associação de criação de tilápia em tanques-rede no lago Moxotó em Jatobá, PE, somente e completamente formada por mulheres sertanejas da região.
Um trabalho rigoroso de seleção foi feito e seguindo os ensinamentos transmitidos pelo Prof. Aecio D’Silva de aquicultura sustentável de cultivo de tilápias em tanques-rede, as mulheres foram treinadas e capacitadas em todas as atividades de engorda de peixes em sua associação.
Elas hoje comandam sozinhas todas as tarefas de aquicultura sustentável da associação. O trabalho é feito entre todas e elas mesmas estocam os alevinos, constroem as passarelas, vigiam de noite, alimentam os peixes, carregam os sacos de ração e despescam os tanques-rede. Segundo o Padre e Ivone, “o entusiasmo delas é contagiante”
Elas engordam tilápias a partir de 20 gramas (juvenis) até 1,2 quilos durante 6-8 meses. Alimentam as tilápias de 5 a 2 vezes ao dia dependendo da idade dos peixes. A ração usada tem 32 porcento de proteínas e é acrescida de vitaminas C, A, D, E e B¹².
Os juvenis são produzidas por uma das associações que cuida tão somente de formar peixes estocadores começando com alevinos de 0,5 a 1 grama até atingirem 20 gramas. Neste estágios os juvenis são transportados para as associações de engorda, entre elas a formada somente de sertanejas.
Estas mulheres sertanejas deixaram suas vidas sem perspectivas dependentes das bolsas governamentais para com suas próprias mãos e fruto do seu trabalho terem esperança e fé no presente e futuro. Hoje elas conseguem viver bem da atividade e sustentam suas próprias famílias com uma renda de 2-4 salários mínimos mensais.
Elas conseguiram, através da Aquicultura Sustentável Inteligente, resgatar a própria dignidade tendo todas os mesmos direitos, deveres, responsabilidades e rendimentos.
Parabéns Padre Antônio e Ivone por todo que estão fazendo pelas vidas não só destas heróicas mulheres sertanejas e mais de dezenas de centenas de outros associados e associadas que foram resgatados da pobreza, dependencia governamental e miséria tão comum na região e hoje foram incluídos socialmente tendo vidas com significado, decência e fazendo a diferencia em tudo que fazem em aquicultura sustentável.
Este é um modelo, referência e um exemplo aquicultura sustentável inteligente para o Brasil Aquícola-Pesqueiro dar certo e sair desta situação vergonhosa de importar anualmente $bilhões de dólares de pescados deixando milhões de sertanejos e sertanejos excluídos da prosperidade concentrada que o país atravessa.
Séries Aquicultura Sustentável Inteligente – Por: Dr. Aécio D’Silva, CEO, Moura Technologies & AIE-L
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