Camelina (Camelina sativa) é nativa da Europa e é um membro da família vegetal das Brassicaceaes e uma prima distante da canola.
O óleo extraído das sementes desta planta tem sido usada há séculos como combustível para lamparinas e outros usos.
Estudos mostram que até 2025 os Estados Unidos estarão produzindo quase 4 bilhões de litros de biocombustívies em forma de querosende de aviação e biodiesel derrivados de Camelina, criando mais de 25 mil empregos e faturando cerca de US $5.5 bilhões de dólares anuais.
Camelina até recentemente era considerada nos EUA uma erva daninha para os produtores de trigo, cevada, sorgo, colza e dai por diante. Porém, o alto teor de óleo nas suas sementes fezeram da camelina uma séria e forte matéria-prima sustentável na produção de biocombustíveis.
A camelina possui características importantes sobre o ponto de vista comercial que a colocam em vantagem em relação a outras espécies oleaginosas como a colza, o milho e a soja, pois sendo menos exigente em relação ao uso dos fertilizantes e defensivos agrícolas, tem seu custo de produção reduzido.
Na realidade, camelina consolida-se a cada dia como uma das mais promissoras e importantes culturas energéticas para a indústria de biocombustíveis. Camelina pode ser cultivada em rotação com trigo, soja, algodão, milho e outras culturas e/ou em terras marginais. Ela cresce rápido, requer pouca água e muito menos fertilizantes do que as outras culturas, e não compete com culturas alimentares.
Diferentmente do Pinhão-manso, toda a tecnologia de produção, colheita e extração de óleo é dominada usando os mesmas técnicas e tratos de outras culturas estabelecidas e pode ser colhida com os equipamentos tradicionais usados para a colza, canola e alfafa.
Espécies foram melhoradas geneticamente e alguns desafios como a presença de elevada quantidade de ácidos graxos poliinsaturados foram resolvidos pela tratamentos das sementes dessa planta com uma substância chamada etano metil sulfonato (ethane methyl sulfonate em inglês) para induzir a uma mutação.
Camelina sativa tem um ciclo de produção entre 85-100 dias a partir de semeadura até a colheita tendo sementes oleaginosas e ricas em em omega-3 com teores de óleo de até 40%. É conhecida por muitos nomes comuns como “prazer dourado” e “linhaça do campo”.
Ela é identificada por sua resistência a insetos e baixos requisitos de nutrientes. Camelina é celebrada por muitos como uma matéria-prima segura e solução viável para o suprimento imediato de matéria-prima para a crescente indústria de biocombustíveis.
Camelina pode ser bem apropriada para o crescimento em várias regiões devido às suas características saudáveis e de baixa demanda de chuva e nutrientes. Seu crescimento não é afetado pelas temperaturas mais quentes, nem de pouca precipitação pluviométrica e umidade do solo.
Camelina pode produzir entre 1.100 a 2.200 quilos por hectares, requere menos de 16 centímetros de chuva por ano, traduzindo-se entre 750 e 1200 litros de biodiesel B100.
Camelina tem óleo de alta qualidade e preços competitivos às culturas energéticas. Além do óleo extraído das sementes, ela gera sub produtos que podem ser utilizados para nutricêuticos (principalmente ômega-3), bem como, usados para ração animal na produção de gado de corte e leiteiro, para aves, peixes e outros animais.
Camelina como Biocombustível:
- Sementes com alto teor de óleo de baixa viscosidade e resistência à baixa temperatura indicado para querosene de aviação
- Óleo específico para biocombustível, não concorre para o uso da terra com culturas alimentares.
Produção:
- Camelina é bem adequada para terras marginais. Camelina pode também ser cultivada em climas de baixa precipitação.
Atributos Culturais:
- Baixo requerimento de Insumos: fertilizantes, pesticidas, água
- Alta qualidade e teor de óleo nas semente – até 40%
- Robusta, responde bem em uma variedade de solos
- Tem rápido crescimento – 85-100 dias a partir da semente até a colheita
- Adaptável – podem ser integrada em rotações de culturas atuais
- Bem adequado para o crescimento em várias regiões e condições
- Gera um subproduto rico em Omega-3 que pode ser usado como fontes de alimentos para peixes, aves, leite e produção de carne e leite.
BioCombustíveis produzidos a partir de Camelina, como o bio-querosene , estão entre os mais testados até agora entre todos os combustíveis renováveis para aviação.
Seus biocombustíveis já foram testados pela Força Aérea e Marinha dos EUA e Japan Airlines e em diferentes tipos de aeronaves e veículos, com resultados acima das expectativas.
A Marinha e Força Aérea dos EUA ja compraram antecipadamente 500.000 galões de biocombustíveis derrivados de camelina para ser entregue em 2011.
Seria tempo de testar sua potencialidade em nossas terras como uma alternativa concreta e viavel para produção de bio-querosene para aviação?
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