Sustentabilidade – Atlanta na Geórgia no sul dos Estados Unidos e Belo Jardim em Pernambuco no Nordeste do Brasil são dois modelos de cidade completamente diferentes, uma no hemisfério norte e outra no sul, mas que enfrentam imensos desafios comuns de falta de água. Ambas necessitam de ações urgentes dos líderes locais com relação ao acesso e escassez de água em seus mananciais e reservatórios.
Enquanto Atlanta com 5.4 milhões de habitantes está promovendo uma verdadeira guerra contra desperdício e aplicando planos e ações de sustentabilidade inteligentes, a situação em Belo Jardim com cerca 80 mil habitantes com uma área de 648 km2 no bioma da Caatinga é super crítica com a falta de ação dos líderes municipais na educação da população para poupar água.
Tanto Atlanta como Belo Jardim dependem de fonte finita de água superficial armazenada em reservatórios (Lago Laneir na Geórgia e as Barragens do Buturi, Ipojuca e Tabocas em Pernambuco) que devido a secas prolongadas chegaram a níveis críticos.
São dois exemplos específicos de duas cidades em crise e dependentes, não de reservatórios subterrâneos, mas de reservatórios na superfície para suprir seus consumos.
Duas cidades situadas em países diferentes, mas com um grande desafio comum: a sustentabilidade do abastecimento de água para seus moradores.
Duas cidades bem diferentes, mas com pleno acesso a soluções, tecnologias e recursos sustentáveis disponíveis e prontas para ser implementadas. Atlanta está implementando, enquanto as lideranças de Belo Jardim estão esperando pelas chuvas com os reservatórios atingindo níveis críticos.
Neste texto vamos focalizar e apontar soluções para a situação dramática que vive a íncrivel Belo Jardim com relação aos seus açudes e mananciais.
So em termos de consideração, imaginem o que acontecerá, como já aconteceu em outras cidades do mundo, se Belo Jardim não tiver água suficiente para atender sua população? Será forçada em entrar em racionamentos e parar de crescer. Não vai poder atrair novos investimentos, negócios e empresas gerar empregros e rendas para sua população.
O que diferencia Belo Jardim na região onde está localizada no agreste Pernambucano é seu heroico e determinado povo e a fartura de água dos seus mananciais. Este diferencial de acesso a água pode estar com seus dias contados.
Será que as lideranças municipais, regionais e estaduais não veem que devem iniciar urgentes e maciças campanhas educacionais junto a população de controle de desperdício de água e projetos de educação ambiental e recuperação do meio ambiente protetor das bacias hidrográficas da cidade?
Se Belo Jardim perder este diferencial de água que tem, como a municipalidade poderá promover campanhas para atrair empresas para a cidade sem a mesma ter capacidade de absolver novos investimentos, negócios e novos empreendimentos pela falta de água?
Sustentabilidade – Um Plano com Soluções, Programas, Projetos e Recursos Identificados Respeitando as Aspirações da População e Fazendo de Belo Jardim uma Cidade Inteligente Sustentável
Sobre o ponto de vista de sustentabilidade inteligente ambiental, o que pode ser feito para evitar que uma calamidade como esta atinja nossa cidade?
Soluções sustentáveis inteligentes existem e estão disponíveis às lideranças municipais se quiserem seriamente enfrentar e solucionar este desafio.
No caso de Belo Jardim tempos passados colocamos tempo e esforço e elaboramos, a guisa de sugestão para nossa cidade natal e baseado nos anseios da população, um plano de desenvolvimento sustentável inteligente que contemplava uma série de programas e projetos impactos para gerar empregos, atrair investimentos-empresas e trazer prosperidade a curto e médio prazo para a cidade e os distritos de Xucuru (onde nasci), Serra dos Ventos (onde me criei) e Agua Fria (meu celeiro de frutas).
E mais importante, todos os recursos para o plano foram identificados e conversados tanto nacionalmente como no exterior e estavam esperando os projetos específicos para firmar comprometimento.
Como parte do plano, desenvolvemos, junto com o Eng. José André, um programa de sustentabilidade ambiental inteligente que contemplava a recuperação de nascentes, matas ciliares, ações de contenção e controle de assoreamento, estímulos e envolvimento dos produtores rurais em sustentabilidade.
Continha também um programa de educação ambiental junto a escolas e população, viveiros de mudas de plantas nativas, promoção do ecoturismo e várias outras ações de sustentabilidade ambiental inteligente que são importantíssimas para recuperar as nascentes que antes corriam para as bacias que abastecem os três açudes da cidade e criar empregos e renda para a população envolvida.
Contudo, o descaso de regras básicas de racionalidade e sustentabilidade ambiental nos três açudes estão e continuam acontecendo e nenhum plano colocado em prática. Os açudes estão com níveis bem baixos. Se não fosse o bombeamento do Ipojuca para o Bituri, este último já estaria praticamente vazio.
Hoje o que vemos é falta de prioridade para solucionar o desafio ficando os líderes somente esperando que venham chuvas para resolver a situação momentaneamente.
Contudo, chuva sem a colocação em prática de um plano com projetos bem elaborados, identificando e sabendo de onde vem os recursos, contemplando restauração e proteção de nascentes, recuperação de matas ciliares, controle de assoreamento, educação ambiental, promoção do ecoturismo e vários outra medidas de sustentabilidade inteligente ambiental é só um band-aid ou simples curativo num corte sagrando pra valer.
Bem, esperamos que chova. Mas aí tudo mundo esquece do real problema ambiental que está assoreando e destruindo as nascentes e mananciais que abastecem os açudes. Será que vão permitir que a nossa brava cidade fique completamente sem água?
Quando é que nossos líderes vão olhar com seriedade para a questão da depredação dos mananciais do açude bitury e dos outros açudes da cidade e tomem medidas sustentáveis para salvar as fontes finitas de água para nossa cidade?
Séries Sustentabilidade Inteligente – Por: Dr. Aécio D’Silva, CEO, Moura Technologies & AIE-L