Piranha – “Em lagoa com piranha, jacaré nada de costas”, diz o ditado popular. A força da mordida das piranhas é cantada e contadas em versos e prosas mundo afora. Contudo agora, esta força foi medida cientificamente e sua dimensão não deixa dúvidas do seu poder extraordinário.
Recente trabalho publicado no journal Scientific Reports descreve que os músculos generosos da mandíbula permitem a piranha preta exercer força de mordida equivalente a 30 vezes seu peso corporal, uma proeza inigualável no mundo natural, de acordo com os resultados do estudo.
Outros animais como o tubarão-branco, a hiena e o jacaré podem ter mordidas mais fortes, mas seu poder esmagador se torna muito menos impressionante quando visto em relação ao seu tamanho e peso, afirmam os autores do estudo.
Na verdade, em relação ao seu tamanho, as piranhas superam mesmo monstros pré-históricos como o Dinossauro Tiranossauros rex e a baleia-chomping megalodon, um enorme tubarão que precedeu o grande branco, segundo o estudo.
Os cientistas participantes da pesquisa se arriscaram a capturar 15 piranhas negras na bacia do Rio Amazonas no Brasil medindo a força provocada pelas mandíbulas serrilhadas tão conhecidas pelos ribeirinhos
Os peixes capturados variaram entre 20 a 37 centímetros de comprimento, “prontamente executando várias mordidas defensivas” sobre o medidor de força, afirmou a esquipe formada por especialistas dos Estados Unidos, Egito e Brasil.
Esta foi a primeira medida ao vivo da força da mordida da piranha preta (Serrasalmus rhombeus), a maior das espécies e notoriamente carnívora.
Essas medidas são “raras, perigosas e difícil de executar,” afirmaram os membros da equipe de pesquisa.
“Enquanto anedotas de águas infestadas de piranha deixando só os esqueletos da vítimas são, geralmente, histórias de pescadores, a eficácia da sua mordida não é de jeito nenhum,” dizem os cientistas.
No rio São Francisco é comum ver ribeirinhos e pescadores sem dedos da mão ou do pé, ou com parte do corpo abocanhados pelas sorridentes pirambebas. Um certo escurecer estávamos entres tanques-rede com tilápia fazendo CDC (coleta de dados de crescimento) quando uma tilápia caiu.
Para o espanto de todos, dois minutos depois a mesma Tilápia apareceu boiando precisamente só com a metade do corpo. A outra metade foi para o jantar das pirambebas.
A força de mordida da piranha preta, foi de 320 newtons (N), quase três vezes maior do que a exercida por um jacaré americano do tamanho comparativo, disse o estudo.
Um newton é a força necessária para mover uma quilograma (2.2 libras) de massa em um metro (3.25 pés) por segundo ao quadrado.
Piranhas – Músculos da Mandíbula de Tamanhos “Extraordinários”
Piranhas têm músculos da mandíbula de tamanhos “extraordinários” e uma alavanca de fechamento com design inteligente altamente eficientizado e poderoso, sem nenhuma dúvida.
Na verdade, os músculos complexos são mais de que dois por cento da massa do total do corpo da piranha preta.
A equipe também usou os dados das piranhas para estimar a força de mordida da extinta Megapiranha paranensis a atingiram o assombroso número entre 1.240 e 4.749 Newtons.
O peixe que viveu no período Mioceno foi extinto há cerca de 5 milhões anos atrás e teria cerca de 70 centímetros de comprimento e pesava cerca de 10 quilogramas (22 libras), afirma o estudo.
“Nossa análise prevê que mordida da Megapiranha era equivalente a força de mordida anterior de um grande tubarão branco pesando mais de 400 quilos (880 libras),” disse o relatório.
E embora sua dieta permanece um segredo da história, o peixe monstro teria sido capaz de esmagar as tartarugas, bagre blindados e ainda maiores animais terrestres.
“Se nossos reconstruções de fósseis e simulações estão corretas, então Megapiranha paranensis era de fato um feroz esmagador e mega-predador da época Miocena,” assim como o seu parente dos dias modernos, disse o relatório.
Os resultados obtidos pelo estudo para espécies extintas validam a temível reputação predatória de piranhas, conclui o estudo.
Fonte: http://www.nature.com/srep/2012/121220/srep01009/full/srep01009.html