Pela Primeira Vez Na História Um Boeing 747 Faz Vôo Tripulado Usando BioJet-Combustível

No dia 23 de novembro de 2009 aconteceu um marco sem precedente na história dos green-bio-combustíveis. Pela primeira vez no mundo foi realizado um vôo tripulado com 40 pessoas a bordo de um Boeing 747-400 da KLM, alimentado com  uma mistura de 50% biojet-combustível feito a partir do óleo de Camelina e 50% tradicional fóssil jetfuels.

 O vôo ocorreu sobre a Holanda e durou uma hora com pleno sucesso atendendo todos os requisitos de desempenho e segurança requeridos para combustíveis de aviação.

Como registramos neste site, em 30 de janeiro de 2009 um Boeing 747-300 da Japão Airlines Airlines descolou de Tóquio em um vôo  teste não-tripulado com uma mistura de biocombustível  feito de Camelina, pinhão manso, algas e fóssil jetfuels.

Contudo este vôo tripulado da KLM representa um passo gigante para tornar biojet-fuels uma realidade cada vez mais palpável, possível e real.  Estamos vendo a cada etapa vencida mais e mais a realização das idéias de todos aqueles que falavam antes sozinhos para uma multidão de incrédulos.

A Importância de Vôos Testes-Experimentais

Estes vôos experimentais são super importantes na corrida para desenvolver eficientes, renováveis e sustentáveis bioJet-combustíveis para a aviação.  Como temos afirmado, a pujança-versatilidade das algas, a rusticidade do pinhão manso e a antes desconhecida camelina podem muito bem num futuro bem próximo estarem abastecendo aviões militares e comerciais.

Em gestos e ações louváveis que precisam ser multiplicados, as companhias aéreas (entre elas a Gol do Brasil) e os fabricantes de motores de avião (como a Boeing) têm-se dado as mãos para fazer destas fontes de óleo da biomassa uma realidade para aviação já em 2013, combinados com os combustíveis fósseis.

O objetivo da International Air Transport Association é ter 10% dos combustíveis de aviação originado de fontes renováveis em 2017. Companhias como a Boeing prevê que biojet-fuels sejam utilizados regularmente dentro de 3-5 anos, enquanto que a Airbus acredita que  em 2030 cerca de 30% do combustível de aviação será renovável.

Ao contrário de outros setores, como os de energia elétrica e transporte terrestre, a aviação não tem como usar fontes alternativas de energia como a eólica, hidroelétrica e solar. Além disso, combustíveis representam quase 40% dos custos de uma companhia aérea.

Sendo assim, faz todo sentido as companhias aéreas investirem fundo em fontes de biomassa para produzir combustíveis sustentáveis. Green-Biocombustíveis podem atender todos os únicos e rígidos requerimentos do combustível de aviação, tais como ter baixo ponto de congelamento,  alto teor energético por unidade de peso e volume e densidade de energia corretas.

As melhores Fontes de Biomassa para Bio-Jet-Combustíveis

Até o momento as melhores fontes de biomassa para bio-jet-fuels são algas, pinhão manso e camelina. Como mostramos em artigos passados, as algas podem produzir todo o biocombustível necessário para todos os aviões do mundo, se usarmos uma área para cultivo em água de (30,528 km²), somente um pouco maior do que a área do estado de Alagoas (27.767 km²).  Jatropha curcas ou nosso conhecido pinhão manso não compete com agricultura alimentar.  Camelina super abundante nas pradarias americanas e que antes era considerada uma erva daninha tem um potencial imenso de produção.

E o que é mais importante e encorajador é que os biocombustíveis utilizados até agora têm um desempenho igual ou melhor do que os combustíveis fósseis.

A Revolução de BioCombustíveis

O ponto que sempre tenho defendido em minhas palestras, conferências, cursos, sites e publicações é a necessidade desta Revolução de BioCombustíveis (http://www.biofuelsrevolution.com) incluir, atingir e beneficiar os pequenos produtores rurais de áreas carentes do mundo.

Isto representaria a criação de milhões de pequenas empresas e  empregos, geração de renda segura e real desenvolvimento integrado sustentável.

 Quando vamos ter os pequenos produtores produzindo seus próprios biocombustíveis a nível local e suprindo matéria prima para as Bio-Refinarias? Que você acha?