Algas – Nosso grupo e alguns outros em várias partes do mundo têm dedicado conhecimento, tempo, esforços e feito realidade o uso de algas como uma opção viável para produção em larga escala de biofarmacêuticos, como proteínas complexas, vacinas e outros bio-produtos.
Em nosso livro “Algae Color the Future Green”, temos mostrado em detalhes todas as potencialidades que algas representam na industrialização de complexos bio-medicamentos.
Reafirmando nosso visão, recentemente uma equipe de um laboratório em San Diego nos Estados Unidos conseguiu geneticamente engenheirar algas para produzir uma droga complexa e cara usada no tratamento de câncer.
Este atingimento abre as portas para produzir este e outros “designer” de proteínas em quantidades maiores e muito mais baratas do que agora podem ser feitas através do método de células de mamíferos.
Os cientistas deste laboratório e do nosso grupo afirmam que devido a este avanço, é possível fazer a mesma exata droga em algas.
Isto cria a condição de diminuir drasticamente os preços destes medicamentos e com implicações também no desenvolvimento de novos biocombustíveis a partir de algas.
No caso de biofarmacêuticos, este método baseado em algas, poderá ser usado para fazer drogas novas de complexas configurações como as que são usadas para tratar vários tipos de câncer ou outras doenças humanas de modo inteiramento novo.
Como sabemos, muitas drogas complexas não podem ser feitas usando bactérias, porque as bactérias são incapazes de reproduzir estas proteínas nestas formas complexas, tridimensionais. Do mesmo modo não se pode fazer estas proteínas em células de mamíferos, porque as toxinas resultante iriam facilmente destruí-las.
Este avanço histórico demonstra que Chlamydomonas reinhardtii, uma alga verde usada amplamente em laboratórios de biologia como um organismo modelo genético, pode produzir uma ampla gama de proteínas terapêuticas humanas em maior quantidade e mais barata do que as bactérias ou células de mamíferos.
Outro fator importante é que este mesmo método pode ser usado para produzir tipos novos de vacinas como as que imunizariam e protegeriam milhares de milhões de pessoas de malária e até da dengue.
Em nossas pesquisas similares a estas do laboratório de San Diego, sabemos que o desenvolvimento da vacina contra a malária é uma alta possibilidade devido a evidencia que algas poderiam produzir proteínas de estruturas realmente complexas.
Como todos envolvidos no assunto sabem, a vacina contra a malária é complexa, com as ligações de bissulfeto que são bastante incomuns. Por isso estamos cada vez mais convencidos que é possível produzir praticamente qualquer bio-produtos em algas.
Algas – Produzindo Proteínas Complexas e Tridimensionais
Em seu desenvolvimento mais recente, os cientistas geneticamente modificaram algas para produzir uma proteína complexa e tridimensional, com dois “domínios” ou funções— um dos quais contém um anticorpo, um que pode ser anexado a uma célula de câncer e outro domínio, que contém uma toxina, que destroi as células cancerosas acopladas.
Para termos uma ideia, bio-drogas complexas são atualmente produzidas por empresas farmacêuticas em um processo de tecnologia de ponta de alta complexidade.
Simplificando o processo para fácil entendimento, primeiro é desenvolvendo o anticorpo em um “animal” hamster chinês, ou CHO, celular. O anticorpo é purificado e, em seguida, quimicamente ligado a uma toxina fora da célula. E finalmente, a proteína final é repurificada.
Este processo super complexo pode ser feito muito mais eficiente em algas. Baseado em algas, é possível encadear quatro ou cinco anticorpos e produzir uma proteína designer com múltiplas funções que não existe na natureza, afirmam os pesquisadores e nós endossamos.
Segundo nossos e outros cientistas, com este avanço em algas, pode ser pensado sobre a medicina da mesma maneira que se pensa em montar um computador, combinando diferentes módulos com fins específicos.
Isto é, todos que trabalhamos com algas para biofarmacêuticos, defendemos que podemos produzir uma proteína que tem uma função que se destina a um tipo de célula que se quer impactar e outra função que especifica o que se deseja que a célula deve fazer.
Parece coisa de Medicina na nave ‘Star-Treek” (Jornada nas Estrelas), mas é onde podemos chegar com o uso de algas em uma dimensão nuncas antes pensada. Avanços feitos possíveis graças ao conhecimento que temos hoje de Engenharia Genética.
Imagine o que teremos daqui a 5-10 anos. Eita??? Estava esquecendo de 22 dezembro de 2012!!!
Por: Dr. Aecio D’Silva, CEO Moura Enterprises, LLC e Dr. John Kyndt – Head-Cientista do Programa de Energia Renovável do Advanced Energy Independence Lab.