Biocombustível – Um grupo de cientistas no Reino Unido está re-engenheirando a bactéria E. coli, mais conhecida como responsável por ataques mortais de intoxicação alimentar, para entrar no negócio do petróleo.
Trabalhando com uma estirpe geneticamente modificada do organismo, uma equipe da Universidade de Exeter com o apoio da Shell, transformou o processo de crescimento natural da bactéria e agora está fabricando biocombustível a partir de resíduos orgânicos.
O biocombústivel bacteriano é “drop-in”, isto é pode ser usado direto nos motores atuais sem necessidade de misturas ou alterações.
Como acontece com muitos seres viventes, E. coli converte açúcares em ácidos graxos quando consome alimentos. Com as modificações genéticas feitas, essas gorduras podem então ser transformadas em moléculas de hidrocarbonetos que são completamente iguais aquelas encontradas nos combustíveis comerciais.
Desde modo não há nenhuma necessidade de misturar este biocombustível com diesel tradicional para uso nos veículos existentes, como é o caso com muitos biocombustíveis existentes no mercado.
De acordo com recente reportagem do The Sunday Times, atualmente leva 24 horas para que 100 litros de E. coli produzam apenas uma colher de chá do novo biocombustível.
Biocombustíveis – A venda Comercial Ainda Demora Vários Anos
No entanto, os biotecnologistas por trás do processo, estão confiantes de que eles podem refinar ou aperfeiçoar a tecnologia para um ponto onde 100 litros de bactérias possam produzir 100 litros de biocombustível.
Como E. coli pode se multiplicar a cada 20 minutos, o fornecimento é teoricamente limitado apenas pelo tamanho da usina de processamento e a quantidade de matéria-prima disponível, que pode incluir uma variedade de substâncias orgânicas, desde plantas até mesmo esgoto e resíduos animais.
Diversas universidades e laboratórios em todo o mundo estão trabalhando em biotecnologias para fazer biocombustível usando bactérias, mas esta é a primeira vez que micróbios têm sido projetados para fazer um combustível que não precisa de diesel convencional adicionado e que pode ser usado diretamente sem modificações nos motores dos carros atuais.
Então no futuro próximo quando pegar uma intoxicação intestinal daquelas, com dores estomocais, febre, dor de cabeça e tudo que vem no pacote, não fique tão pra baixo. Lembre que seu carro pode estar sendo movido por biocombustível produzido pelos mesmos micro-organismos que estão colocando você fora do ar.
Fonte: http://www.driving.co.uk/news/11021