Agrotóxicos – Brasil é o Campeão Mundial do Consumo de Defensivos Agrícolas, Cerca de Um Milhão de Toneladas Por Ano (dados da Anvisa*). Isto é, Cada Brasileiro Consumiu 5 quilos de Agrotóxicos em 2010 Aproximando-se do Consumo de Pescados do Brasil
Como Estes São Dados de 2010, ano que tivemos uma aumento de 190% em comparação a 2009 devido a demanda chinesa por grãos, isso significa que cada brasileiro já deve dstar consumindo anualmente igual ou um pouco menos Agrotóxicos do que Pescados.
Quais as consequências destes números nos agricultores, população residente em torno das plantações, nas abelhas, nos animais e vegetais aquáticos, nos alimentos, no meio ambiente, em Vvocê? Tecnologias Sustentáveis podem ajudar a reverter tudo isto?
Com este artigo sobre agrotóxicos vamos iniciar uma série sobre a importância que a criação de uma cultura e práticas sustentáveis representam para a população, economia e ao meio ambiente em geral. Vamos conversar como a engenharia de sustentabilidade sócio-econômica-ambiental pode livrar-nos de desafios tão imensos como os que enfrentamos atualmente com os defensivos agrícolas.
Os números brasileiros são realmente impressionantes: Bilhões de quilos de agrotóxicos jogados nas plantações brasileiras todo ano e sempre . aumentando. O Brasil é o campeão mundial do consumo de defensivos agrícolas desde 2008.
O Brasil consome mais do dobro de pestiicidas do que os Estados Unido,s o maior produtor mundial agrícola,
Como são dados da Abrasco colhidos na Anvisa de 2010, isto pode indicar com muita possibilidade e probabilidade que os brasileiros e brasileiras estejam consumindo per capita atualmente igual ou mesmo mais agrotóxicos do que consumem peixes, crustáceos, muloscos e outros frutos de mair e dos rios.
E vejam que inconcebivelmente e para espanto geral, somos os país de maior potencial aquícola do mundo. Contudo, com todo este potencial, estamos consumindo pescados importados (importamos US $1,2 Bilhão de dólares em 2011) também de países asiáticos onde os problemas de poluição ambiental por agrotóxicos são bem conhecidos e documentados.
Como na natureza nada se perde, mas tudo se recicla e retorna como parte do ciclo da vida e energia que nos mantém vivos, a questão é onde vai parar todo este massivo volume de veneno? Na sua comida, solo, água e ar? Temos alternativas para Sair desta? Onde entra Sustentabilidade nisto tudo?
Cada vez temos mais dados e resultados alarmantes de pesquisas em praticamente todo o mundo confirmando os devastadores efeitos causados à saúde e ao meio ambiente do uso controlado e descontrolado dos defensivos agrícolas.
Na realidade, agrotóxicos estão hoje nos alimentos vegetais e animais, leites, no solo, na água, no ar, meio ambiente, leite materno, dizimando abelhas e são definidos como defensivos agrícolas, pesticidas, praguicidas, desinfestantes, biocidas, agroquímicos ou produtos fitofarmacêuticos ou ainda produtos fitossanitários.
Todas estas são designações genéricas para os vários produtos químicos usados na agricultura. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define pesticida ou praguicida como toda substância capaz de controlar uma praga, em sentido amplo, que possa oferecer risco ou incômodo às populações e ambiente
Doenças de origens neurológicas, cancerosas, genéticas, pulmonares e sistêmicas são descritas como tendo causa principal a exposição direta aos venenos agrícolas como também no consumo de alimentos com índice de agrotóxicos elevados ou mesmo dentro dos limite atualmente estabelecidos.
Agrotóxicos – Efeitos nos Agricultores, Populações e Ecossistemas em Áreas Agrícolas
Anteriormente, a ação destruidora dos defensivos era tão somente mostrada nos alimentos ingeridos pela população e seu efeito acumulativo no corpo humano. As atenções eram voltadas principalmente para o consumidor final.
Contudo, agora uma nova luz vermelha ou alerta estridente vem da constatação do crescimento exponencial de pessoas do campo diretamente ou indiretamente envolvidas no processo agrícola que estão sendo atingidas com doenças terminais pelo uso indiscriminado dos agrotóxicos.
São detectados em reservatórios usados para abastecer a população junto de cidades, áreas ou distritos agrícolas com índices acumulativos acima do que é permitido. É verificado o aumento cada vez mais crescente de infantes com problemas degenerativos com índices elevados dos produtos tóxicos no sangue da mãe.
Podemos comparar como se estivéssemos diante de uma nova droga fatal ingerida pela população, porém, sem o seu conhecimento ou consentimento de quem absolve.
Agrotóxicos – Use Inadequado dos Produtos Químicos
Dados disponíveis atualmente relatam uma quantidade alarmante de agricultores de qualquer nível e trabalhadores de agrobusiness que têm contraído mutações genéticas que são precursores de casos de cancer leucêmicos, leucemia linfocítica crônica e distúrbios neurológicos irreversíveis atribuídos a exposição aos agrotóxicos.
O uso de defensivos sem qualquer equipamento de proteção, desrespeitos às práticas de manipulações, doses e períodos de retenção estabelecidas criam um desafio imenso para todos envolvidos na atividade agrícola ou qualquer um que consume alimentos derivados da agricultura ou pecuária que não seguem as orientações técnicas.
Segundo relatos de técnicos(**) que prestam assistência técnica de pequenos a mega agricultores em várias partes do mundo é prática comum verem produtores rurais aplicarem os defensivos sem nenhuma proteção e imediatamente entrarem nas áreas cultivadas, como também, não seguindo os períodos de parada de uso dos produtos químicos antes das colheitas.
Além disto, a mistura dos componentes para pulverizações sendo feita totalmente irregular e o descarte irregular dos vasilhames dos agrotóxicos são sérios elementos desta equação.
Agrotóxicos – No Cultivo de Frutas como a Banana, Grãos e Cereais
Culturas que vêm em discussão todas as vezes que o problema de agrotóxicos vem a tona são as frutas (por exemplo: cultivo de bananas, ovas, mangas), hortaliças, e o agrobusines de grãos e cereais.
Segundo dados publicados em jornais científicos e notícias na mídia em geral, o cultivo de frutas, como a banana, dominada por grandes corporações e desenvolvida por produtores de todos os tamanhos é responsável por problemas graves aos trabalhadores e ao meio ambiente.
Recente estudos desenvolvidos pela Universidade do Ceará e apresentados em reportagem recente no Globo Rural, mostraram as consequências que a água dita potável da população e os próprios trabalhadores afetados onde o cultivo de bananas é praticada, como é o caso dos Distritos Agrícolas de Limoeiro do Norte e Quirere no Ceará.
Contudo, o que foi constatado no Ceará não um caso isolado. Cultivo de frutas, como as bananas no Equador, países da América Central, México e Ásia, sofrem iguais ou muito mais graves problemas do que estas do Nordeste Brasileiro.
No caso dos grãos, quando são analisadas regiões de mega cultivos de zonas rurais e cidades como nos municípios de Mato Grosso, Goias e Bahia são identificados contaminantes no solo, água e ar em praticamente em todos os locais de cultivo de grãos. Isto mostra a gravidade do uso atual em todas as escala dos defensivos agrícolas. Nestas áreas duas das grandes ameaças são as pulverizações aéreas e uso de produtos já banidos e proibidos em outros países.
Agrotóxicos – Pulverizações Áreas
Uma prática que tem sido condenada e criticada em várias partes do mundo, e praticada intensamente em todas as regiões de cultivo de soja, milho algodão no Brasil e em muitas partes do mundo é a tão conhecida pulverização aérea em grandes áreas do agrobusiness.
O efeito da dispersão de agrotóxicos via aérea é considerada umas das mais eficientes e baixo custo para os produtores, mas ao mesmo tempo uma das mais devastadoras para os aplicadores, população e meio ambiente.
É público e notório que os pilotos que aplicam os agrotóxicos são vítimas de problemas mentais e neurológicos, na sua grande maioria irreversíveis. Imagine, se estas pulverizações sendo tão maléficas para os pilotos com todas suas proteções, como são para os ecossistemas que recebem diretamente e indiretamente estes defensivos e as populações que vivem nas áreas cobertas pela nuvem de agrotóxicos.
Agrotóxicos – Produtos Proibidos Sendo Usados em Muitos Países em Desenvolvimento
Este é outro desafio de proporções monumentais enfrentados pelo meio ambiente e populações de países como o Brasil e Argentina, expoentes do agrobusiness.
Muitos dos pesticidas, insecticidas e controladores de pragas usados em larga escala nestes países já foram banidos nos Estados Unidos e Europa mas são usados abertamente nas agricultura brasileira.
Isto leva a uma situação muito mais complicada e de consequências imprevisíveis acrescentando ainda mais um complicador homérico nesta equação. Se de um lado temos um bilhão de toneladas e crescendo jogadas nas biotas brasileiras, muitos destes venenos são proibidos em outras países por sua comprovada ação destruidora à saúde e ao meio ambiente.
Agrotóxicos vs Agricultura Sustentável via a Engenharia da Sustentabilidade
Diante deste quadro, não somos daqueles que acham que o mundo deve parar e que todos devem preparar-se para o fim do mundo em 21 de dezembro de 2012 que não aconteceu. Isto é como dá uma de avestruz escondendo a cabeça na areia.
Que saídas práticas e economicamente viáveis temos para todos estes imensos desafios trazidos pelos agrotóxicos? Umas resposta clara: Promoçao, formação e desenvolvimento de Agricultura e Agrobusiness Sustentáveis.
Têm e existem soluções hoje tanto para micro produtores até para os mega agrobusiness. São as práticas de agricultura sustentável que podem tira-nos desta situação de calamidade pública que os agrotóxicos, manejo errado do solo e tantos outros desafios estão atingindo-nos.
Nos próximos artigos vamos descrever práticas de agricultura sustentáveis que temos implementados (como os sistemas AquaBioPonics) e visto sendo aplicadas em várias pares do mundo que podem mudar completamente este destino apocalíptico que temos hoje.
Vamos falar sobre práticas sustentáveis para micro, pequenas, médias, grandes e megas atividades agrícolas e pecuárias que estão comprometidas não somente em ganhar dinheiro, mas, em batalhar por um meio ambiente com sustentabilidade e alimentos livres desta ameaça real, munidial e atual.
*Dados da Médica sanitarista Lia Giraldo da Silva Augusto, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) em trabalho da Abrasco na Anvisa.
**Informações Pessoais do Eng. Agro. Jose Andre Rocha, Chácara Vô Ambrosia, Belo Jardim-PE, Brasil