Shell e Cosan Formam Mega Joint-Venture de Etanol de Cana-de-Açúcar no Brasil

Colhendo Cana-de-Açucar no Brasil (clique para ampliar)

A importância do Brasil como um dos líderes mundiais de biocombustíveis foi consolidado ainda mais esta semana com a anúncio da criação de uma empresa conjunta entre a Shell Holandesa e a Cosan Brasileira.

Como mostramos em outros artigos (A Vez do Brasil na Revolução dos Bio-Combustíveis) , hoje existe uma verdadeira corrida de investimentos no Brasil na área de combustíveis renováveis.

Ninguém tem mais dúvida do destino do Brasil em se tornar a Arábia Saudita dos biocombustíveis.

Hoje se é feita a pergunta a investidores internacionais qual o melhor país do mundo para se investir em biocombustíveis, o Brasil desponta isoladamente em primeiro lugar.

Validando este tendência, Shell e Cosan nesta quinta-feira lançaram oficialmente a sua joint-venture de 12 bilhões de dólares que segundo diretores das duas empresas vai se tornar um das maiores produtoras de etanol feito de cana de açúcar do mundo.

O nome da nova empresa é Raizen e comercializará álcool combustível a grosso e a varejo no mercado Brasileiro e no futuro para exportações.

Em um dos maiores negócios de biocombustíveis até hoje, a Shell está combinando a sua experiência no varejo mais a sua rede global e pesquisa em biocombustíveis avançados com conhecimentos técnicos da Cosan de produção de biocombustíveis em larga escala baseados em cana-de-açúcar..

Raizen vai produzir e distribuir mais de 2 bilhões de litros / ano do biocombustível de baixa emissão de carbono disponíveis comercialmente – o etanol brasileiro feito de cana.

Shell já é um dos maiores distribuidores de biocombustíveis sustentáveis, e agora está entrando pela primeira vez na produção. O negócio com a Cosan é um avanço importante na estratégia da Shell de investir no crescimento seletivo no seu negócio de combustíveis, disse seu porta-voz

Raizen vai distribuir biocombustíveis além de 20 bilhões de litros / ano de outros combustíveis industriais e de transporte através de uma rede combinada com cerca de 4.500 postos de serviço da marca Shell no Brasil.

No Brasil, esta nova joint-venture se torna a terceira maior empresa de combustíveis. Os planos são para no futuro atingir mercado internacionais-chaves como os Estados Unidos e Europa.

A joint-venture venture também combina a experiência da Shell e parcerias tecnológicas em biocombustíveis avançados com a experiência da Cosan na produção comercial de biocombustíveis de baixo carbono.

Isso tem o potencial de acelerar a produção comercial de biocombustíveis a partir de resíduos de culturas e plantas não comestíveis, disseram autoridades da empresa.

As 24 usinas da Raizen podem processar até 62 milhões de toneladas de cana em açúcar ou etanol por ano, com a flexibilidade de se adaptar à demanda do mercado, segundo empresas.

A Sempre Crescente Demanda por Combustíveis Renováveis
Esmagamento de Cana de Açúcar em uma Usina no Brasil (clique para ampliar)

Novas políticas energéticas na Europa e os EUA estão tornando mandatórios o uso de mais combustíveis renováveis, de baixo emissão de carbono para o transporte. Os biocombustíveis representam atualmente cerca de 4% do combustível para os transportes na Europa e 3% em nos EUA.

Globalmente, os biocombustíveis são responsáveis por cerca de 3% da demanda transporte rodoviário de combustíveis. Estima-se espera que isso aumente para cerca de 9% em 2030.

A produtividade brasileira é 7.000 litros de etanol por hectare de cana plantada, comparada a 3.800 litros para um hectare de milho nos EUA e 2.500 litros por cada  hectare de trigo na Europa, de acordo com dados das associações de produtores de etanol brasileiros.

Como se sabe o etanol de cana brasileiro é um dos biocombustíveis mais sustentáveis e menor emissão de CO2 disponíveis.

Um dos objetivos da empresa é o desenvolvimento de biocombustíveis avançados para beneficiar matérias-primas da Cosan e sua experiência em grande escala a produção de biocombustíveis. Isto tem o potencial de acelerar a futura viabilidade comercial do etanol celulósico, segundo diretores da Raizem.

O acordo inclui parte da participação da Shell na empresa Iogen, que utiliza enzimas para quebrar resíduos vegetais em etanol, assim como o interesse da Shell na Codexis, desenvolvedores de “super-enzimas” para a rápida conversão de resíduos vegetais em combustíveis para transportes.

A Produção Certificada e  Sustentável

Raizen disse que também estará trabalhando para alcançar a certificação de todo o etanol produzido por suas operações próprias nos próximos anos. Ele também tem planos para certificat todo o etanol produzido da cana de fornecedores.

Atualmente a  produção de cana-de-açúcar no Brasil ocupa 8,1 milhões de hectares, cerca de 0,9% das terras do país. A legislação do governo proíbe a entrada de indústrias de áreas sensíveis, como as florestas ou terra necessárias para outras culturas alimentares, e de substituição das plantações de alimentos em outras áreas sensíveis.

Raizen está bem avançada na eliminação da colheita manual. Como se sabe a legislação que deve entrar em vigor no principal estado brasileiro produtor da cana, São Paulo, estabelece completa mecanização da colheita em 2014. A empresa já usa máquinas em cerca de 64% nas terras de suas 24 usinas.

Com esta nova empresa o Brasil realmente se consolida como um líder mundial na produção e  uso de biocombustíveis nos transportes rodoviários.

(fonte: Mybelojardim e Shell-Cosan press-release)

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